O cenário internacional continua bastante desafiador. Dentre as principais observações, está a ênfase de desaceleração econômica em todo o mundo (Estados Unidos, Europa, China).
Os Estados Unidos, por exemplo, estão desacelerando por conta do processo de subida de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, e do aperto das condições financeiras.
Na leitura do especialista em fundos de investimentos da Nord Research Luiz Felippo, ainda que estejamos presenciando uma desaceleração econômica americana, a dúvida do mercado é se o aperto da política monetária do banco central americano será suficiente para levar o núcleo de inflação de +4,8% para +2%.
Avaliamos que uma eventual necessidade de juros mais altos pode “chacoalhar” o mercado por lá.
Aumenta o risco de recessão na Europa
A Europa, por sua vez, está lidando com um problema energético depois que a Rússia passou a fornecer quantidades cada vez menores de gás ao continente. O impacto mais direto dessa ação é o aumento do preço do gás, que multiplicou por três vezes em 2022.
Com preços maiores e menor consumo, a consequência naturalmente é uma desaceleração importante da atividade econômica por lá e um encaminhamento para recessão, aponta o nosso analista.
Em outras palavras, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu xeque mate na Europa.
Desaceleração da China
Enquanto isso, a China, que tem sido um motor importante do crescimento global, também está em desaceleração.
O primeiro ponto, na visão do nosso analista, é a política de Covid-zero que dificulta manter a economia aberta e atrapalha o desenvolvimento da atividade econômica.
Uma outra questão que o mercado segue de olho é a desaceleração do mercado imobiliário chinês, com quedas de vendas de casas na faixa de -40%.
Esse é um setor que, direta e indiretamente, ocupa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. Com isso, problemas nesse segmento causam desacelerações importantes do PIB.