Com a decisão da Light de vender a totalidade de sua participação na Renova Energia para os sócios-fundadores da companhia, as atenções do mercado se voltam agora para a Cemig.

Como integrante do bloco de controle da Renova, a Cemig pode tanto exercer preferência para comprar parte das ações da Light na empresa quanto acionar o direito de venda de sua fatia na Renova.

Caso a Cemig exerça o direito de preferência de compra, a medida na prática, implicará na estatização da Renova, porque a empresa ultrapassará 50% das ONs.

Por outro lado, se acompanhar a Light no processo, a Cemig registrará o prejuízo do investimento feito na Renova.

Lembrando: a Light anunciou a assinatura de contrato de venda de sua participação (21,72% das ONs e 17,17% do capital total) para o CG I FIP Multiestratégia, dos sócios fundadores da Renova, Renato do Amaral e Ricardo Delneri.

Eles hoje possuem 20,13% das ONs e 17,45% do capital.

Já a Cemig tem 45,83% das ONs e 17,17% do capital.

Análise Guide Investimentos

Impacto: Neutro.

Vemos como positivo a saída da Cemig da Renova.

Uma vez que mitiga os riscos de liquidez na empresa, além de dar sequencia ao plano de desinvestimento do novo management.

Vale notar: a Renova vem buscando renegociar sua dívida (isto é, de R$ 1 bilhão com o BNDES) em meio às obras do Alto Sertão III.

Na última semana, as negociações foram encerradas entre Renova-AES Tietê, e a possibilidade de venda deste parque eólico.

Em suma, seguimos com uma visão construtiva para Cemig.

Ela reforça seu compromisso com as vendas de ativos, em busca de maior liquidez no curto prazo.

O endividamento continua sendo o principal desafio da Cemig.

Que vem implementando iniciativas para alongamento do perfil de endividamento e reduzir o custo de captação de recursos.

Privatização pode destravar ainda mais valor para a estatal.

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