A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), sob o ticker CBAV3 na Bolsa, revelou nesta quinta-feira, 21 de novembro, que firmou um contrato para a venda de sua participação acionária na Alunorte – Alumina do Norte do Brasil.
O acordo foi realizado com uma subsidiária integral da gigante Glencore PLC, pelo valor total de R$ 236,8 milhões. Para o BTG Pactual, a venda foi extremamente relevante.
“Essa operação está alinhada com o plano de gestão da CBA de focar em seu negócio principal de alumínio e deve ser concluída até o final do ano, sem implicações fiscais”, diz o relatório do banco.
Quais os impactos da venda da CBA nas ações?
Nesta sexta-feira (22), as ações #CBAV3 subiam 3,58%, a R$ 6,07, por volta de 10:52 (horário de Brasília). Para o BTG, essa venda não só reforça a estratégia da empresa de redução de dívida, mas também proporciona um impulso inesperado à desalavancagem.
Apesar de reconhecer a estratégia da companhia, o banco mantém sua recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 6,50 em doze meses.
“O movimento posiciona a CBA como uma das empresas que mais rapidamente reduzem seu endividamento, com um declínio acentuado da relação dívida líquida/EBITDA de 10x para 3x em poucos trimestres”, explicam os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
Para a casa, o ambiente de mercado tem sido favorável, com os preços do alumínio acima de US$ 2.600 por tonelada, impulsionados pela eliminação de subsídios de exportação na China e pelas interrupções na cadeia de suprimentos de bauxita e alumina.
Desde meados de 2023, os analistas relembram, as preocupações com o nível de alavancagem têm dominado a narrativa da CBA, que atingiu picos de quase 10x de endividamento.
No entanto, eles ressaltam que a empresa vem gradualmente reduzindo esse indicador, impulsionada por melhorias operacionais e pelo aumento dos preços das commodities.
“Com a injeção de caixa da venda da participação na Alunorte, estima-se que a alavancagem da empresa diminua para 3,2x, comparada a 3,4x no trimestre anterior. Embora a transação reduza ligeiramente o EBITDA da companhia, isso não deve ser significativo a longo prazo”, diz o banco.
O que esperar para o futuro da companhia?
O BTG Pactual estima que a CBA possa gerar um EBITDA de aproximadamente R$ 2 bilhões em 2025, um valor 54% superior ao cenário-base.
O modelo do banco considera uma taxa de câmbio de R$ 5,30 e um preço do alumínio de US$ 2.400 por tonelada. No entanto, com o dólar em torno de R$ 5,80 e o alumínio a US$ 2.630, os analistas veem potencial de valorização significativo das ações, acima de 50%.