A margem financeira bruta do Banco Santander Brasil atingiu R$ 55.617 milhões em 2021, apresentando alta de 8,8% em doze meses. A boa performance se deve a margem com clientes, que cresceu 9,8% no ano, influenciada principalmente por maiores volumes. Em três meses, o aumento de 2,6% da margem com clientes foi compensado pelas menores receitas com operações de mercado.

As receitas oriundas das operações com clientes aumentaram 9,8% no ano, em função do maior resultado da margem de produtos, em decorrência principalmente de maiores volumes que compensaram a pressão nos spreads e o mix de produtos. Comparado ao trimestre anterior, a margem com clientes cresceu 2,6% refletindo as maiores receitas da margem de produtos, devido aos maiores volumes e ao efeito mix de produtos. A margem com mercado atingiu R$ 8.348 milhões em 2021, crescimento de 3,6% em doze meses. Em três meses, houve queda de 30,9%.

As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 18.879 milhões em 2021, alta de 13,9% no ano e de 3,1% no trimestre, ambas as variações foram suportadas principalmente pelo crescimento das receitas de cartões (+30,1% YoY e +22,7% QoQ), seguros (14,1% YoY e 12,2% QoQ) e administração de fundos, consórcios e bens (31,5% YoY e -4,8% QoQ).

As receitas com cartões atingiram R$ 4.981 milhões no ano, alta de 30,1%, em função do crescimento de 28% do faturamento de crédito e expansão da base de clientes ativos (+18%). No trimestre, crescimento de 22,7%, impulsionado pelo crescimento de 15,4% do faturamento, principalmente de crédito, em função do efeito sazonal de final de ano. As comissões com seguros somaram R$ 3.555 milhões em 2021, incremento de 14,1% no ano em decorrência do maior volume de produção, principalmente pelo produto prestamista. Em relação ao trimestre anterior, as receitas cresceram 12,2%, explicado pela concentração de renovação de apólices no período.

As receitas de serviços de conta corrente totalizaram R$3.812 milhões no ano, redução de 3,9% em relação ao ano passado e de 6,3% no trimestre, em razão, principalmente do crescimento da transacionalidade via PIX. As receitas de administração de fundos, consórcios e bens totalizaram R$1.338 milhões, expansão de 31,5% em doze meses, refletindo os maiores resultados de administração de fundos e de consórcios. Com relação ao trimestre anterior as receitas apresentaram queda de -4,8%. As comissões de operações de crédito e garantias prestadas totalizaram R$ 1.510 milhões, crescimento de 5,1% no ano, explicado por maiores originações de crédito. No trimestre, as receitas tiveram redução de -7,6% em função de menores receitas com garantias.

As receitas de serviços de colocação de títulos, custódia e corretagem atingiram R$ 1.323 milhões em 2021, crescimento de 24,6% no ano, em função da maior atividade no mercado de colocação de títulos com destaque para M&A e ações primárias. No trimestre, queda de 52,2%, devido ao menor dinamismo do mercado de capitais. Outras comissões alcançaram R$ 848 milhões no ano, incremento de 24,7%, refletindo principalmente a maior receita com tarifas de avaliação de bens, resultado do aumento de produção de veículos e imóveis. Em três meses, outras comissões cresceram 19,6%.

As despesas gerais alcançaram R$ 21.212 milhões em 2021, alta de 3,9% no ano, significativamente abaixo da inflação¹ de 10,06% do período, e do crescimento das receitas totais (+10,1% no ano). No trimestre, as despesas gerais ficaram pressionadas pela inflação e cresceram 2,5%.

O resultado de créditos de liquidação duvidosa somou R$ 13.856 milhões, aumento de 10,3% no ano, decorrente de maiores volumes e do mix de produtos. Como resultado, o custo de crédito alcançou 2,7%(-0,10 p.p. no ano).Destaque para o crescimento de 22,8% no ano das receitas de recuperação de créditos baixados para prejuízo. No 4T21, o resultado totalizou R$ 3.693 milhões, leve crescimento de 0,5% frente ao 3T21, com destaque para os segmentos de varejo e financeira.

A carteira de crédito somou R$ 462.749 milhões em dezembro de 2021, com aumento de 12,4% no ano (ou 11,9% desconsiderando o efeito da variação cambial). Todos os segmentos apresentaram crescimento do saldo no período, com destaque para consistência do segmento de pessoa física que contribuiu com 70,4% da variação anual da carteira de crédito total, e de PMEs, que representou 13,7% da variação. Em relação ao trimestre anterior, a carteira de crédito obteve incremento de 2,8% (ou 2,6% desconsiderando a variação cambial), reflexo da tendência de crescimento dos segmentos pessoa física (+5,0%)e financiamento ao consumo (+3,2%). Grandes Empresas apresentou queda de -0,2% no período enquanto PMEs apresentou leve aumento de 0,9%.

O índice de inadimplência de 15 a 90 dias atingiu 3,5% em dezembro de 2021, aumento de 0,67 p.p. no ano e 0,13 p.p. no trimestre, influenciados pela retomada de crédito do segmento pessoa física. Indicador encerra o ano abaixo dos níveis de pré-pandemia.

As captações de clientes totalizaram R$ 493.462 milhões em dezembro de 2021, alta de 8,3% em doze meses e 3,9% em três meses, em função de maiores volumes de depósitos, letras financeiras e LCI/LCA. Depósitos totais crescem 3,6% no ano e 2,3% no trimestre, em função do incremento em depósitos a prazo, dado o movimento da taxa de juros e ao cenário macroeconômico.

O índice de Basileia atingiu 14,9% em dezembro de 2021, redução de 0,3p.p. no ano, explicada pelo incremento dos ativos ponderados pelo risco (RWA) de 8,9% principalmente na parcela decorrente do risco de crédito. Porém, este impacto foi suavizado pelo crescimento de 6,5% do Patrimônio de referência (PR) em razão dos lucros retidos no período.

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