Rápido, silencioso e econômico. Assim é o carro elétrico. E ainda que haja resistência de parte de alguns Brontossauros, Tiranossauros Rex ou mesmo de um lépido e expedito Velociraptor, a tendência parece inexorável: os elétricos estão chegando e a indústria fossilizada que lute, pois o “sangue” dos dinossauros, em forma de petróleo, já teve seu auge e agora a curva é descendente – ao menos para o setor de mobilidade. Além de ser perfeitamente substituível, o “ouro negro” precisa sair de cena para aliviar o brutal nível de poluição atmosférica em que o planeta está envolto.

A exemplo dos grandes empreendedores na história, os donos do petróleo já diversificam os negócios. A máxima de que “não se deve colocar todos os ovos em uma única cesta”, que o mercado investidor tão bem conhece, serve também para este setor. O fato é que vai ter carro elétrico sim. E o movimento assinala um caminho sem marcha-à-ré; ou seja, sem volta.

Há questões, entretanto, que precisam ser vistas à luz do sol. A evolução das baterias, representando, grosso modo, metade do valor do carro (encarecendo sobremaneira o produto) e que, na média, têm autonomia de 300 km; é preciso também fazer a conta de quanto se consome do ambiente para produzir tanta energia para a recarga (assunto que normalmente passa “batido”, mas é de profunda relevância) e, óbvio, a infraestrutura de postos que inibe deslocamentos para além de um determinado perímetro.

Traduzindo em números, em dezembro de 2019 (pré-pandemia) o Brasil tinha 24.600 unidades elétricas rodando lépidas e faceiras. Já em dezembro último (2021) o número desses carros subiu para 73 mil. Por Estado/Região, a frota mostra concentração maior no Sudeste, abrigando 24.721 em SP (33%); 5.788 em MG (7,9%) e 5.195 no RJ (7,1%). Amapá (121 unidades) e Roraima (82) estão no fim da tabela.

Nos Estados Unidos, enquanto a Fiat desmoronou em 85% nas vendas, a Nissan teve recuo de 43% e a Ford outros 27% negativos no primeiro trimestre do ano, comparado a igual período de 2019 (pré-pandemia), a Tesla obteve crescimento de 256% (observando que ela só faz carros elétricos). Os números trimestrais certamente dão o que pensar quando se pretende identificar tendências.

Voltando ao Brasil, registre-se que na coletiva de imprensa do dia 8 deste mês o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tocou no assunto `infra`, adiantando que as montadoras instaladas no país começam um trabalho, via associação, para “puxar o desenvolvimento da infraestrutura de reabastecimento desses veículos no país”. Luiz Carlos Moraes falou da necessidade de 135 mil pontos de recarga no país, o que deve demandar investimentos de R$ 14 bilhões. Com a expectativa, segundo a própria associação, de termos entre 10% e 18% de elétricos do total da frota em circulação até 2035, a coisa agora deve acelerar.  

MOBILIDADE

A Enel – multinacional italiana de geração e distribuição de energia – criou um novo negócio para o grupo. É a Divisão Enel X Way, voltada à mobilidade elétrica, que produzirá uma “plataforma global e inovadora para desenvolver tecnologias e serviços ligados à mobilidade”, diz a companhia.

É certo que deverá focar no setor de automóveis elétricos, atuando principalmente com estações de recarga e serviços relacionados.

VENDAS

As vendas financiadas de veículos em março último somaram 468 mil unidades, entre novos e usados, de acordo com dados da B3. O número inclui autos leves, motos e pesados em todo o país e representa queda de 5,5% quando comparado a março do ano passado.

O segmento de motos registrou mais um mês de aumento. Foram 103 mil unidades financiadas ao longo do mês, com aumento com 25,3% perante o ano anterior. Já os segmentos de veículos pesados e de autos leves foram os que apresentaram maior queda no período. As vendas a crédito dos pesados tiveram redução de 17,6% em comparação a março do ano anterior, enquanto os leves registraram 341 mil unidades financiadas, redução de 11% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

RODOVIAS

A B3 operacionalizou o leilão promovido pelo governo do Rio Grande do Sul, para a concessão das rodovias integrantes do chamado Bloco 3. O projeto prevê execução de obras e exploração dos serviços de operação, conservação, manutenção, melhoramentos e ampliação da capacidade da infraestrutura de transportes.

O leilão foi vencido pelo consórcio Integrasul, representado pela corretora Ativa Investimentos, que ofereceu 1,30% de deságio a ser aplicado sobre a tarifa padrão definida em edital. No total foram 271,5 quilômetros de rodovias concedidos, 116,4 quilômetros de rodovias duplicadas e 59,9 quilômetros de terceiras faixas. As rodovias receberão R$ 3,4 bilhões em investimentos. A concessão terá prazo de 30 anos.

Integram o Bloco 3 as seguintes rodovias: ERS-122 (km 0,00 ao km 168,65); ERS-240 (km 0,00 ao km 33,58); RSC287 (km 0,00 ao km 21,49); ERS-446 (km 0,00 ao km 14,84);  RSC-453 (km 101,43 ao km 121,41); BRS-470 (km 220,50 ao km 233,50).

FERROVIA

A VLI – companhia logística que opera ferrovias, portos e terminais – apresentou os resultados operacionais de 2021 do Ramo Norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), corredor de escoamento do agronegócio brasileiro em direção aos portos do Norte. A receita líquida registrou crescimento de 19,6% em relação a 2020, alcançando R$ 1,097 bilhão.

Houve aumento de 10% no total de cargas transportadas em 2021, na comparação com o exercício anterior, chegando a 11,1 milhões de toneladas. Os principais produtos transportados foram soja, milho e celulose.

RESÍDUOS

O Convale, consórcio intermunicipal de desenvolvimento regional que reúne oito municípios de Minas Gerais, para a concessão da exploração e prestação dos serviços de coleta, transporte, transbordo, tratamento, e destinação final dos resíduos sólidos domiciliares foi realizado com sucesso, na Bolsa de Valores do Brasil.

A proposta vencedora do leilão foi apresentada pelo Consórcio S, representado pela corretora Ativa Investimentos, com fator K de 0,6983, o que equivale a um deságio de 30,17%. Durante os 30 anos de concessão serão investidos aproximadamente R$ 164 milhões para a melhoria dos serviços que beneficiarão cerca de 430 mil mineiros. Esta foi a primeira concessão desses serviços na B3 realizada sob a forma de concessão comum para um consócio de municípios.

CLIMA

No próximo dia 26 as novas regras da SEC sobre divulgação de impactos climáticos serão debatidas, em evento online, pela Associação Brasileira das Cias. Abertas (Abrasca) e o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri).

Entre os especialistas estarão Thiago Spercel (Paul Hastings), Alexei Bonamin (TozziniFreire), Izabel Ramos (Petrobras), Joanes Ribas (Vivo) e Rafael Mingone (Gerdau).

Inscrições (gratuitas) e outras informações pelo link  https://conteudo.abrasca.org.br/220426_disclosure-sec

INCORPORAÇÃO

Em comunicado ao mercado, no último dia 14, a Sul América S/A informa que seus acionistas aprovaram, “em suas respectivas Assembleias Gerais Extraordinárias, o “Instrumento Particular de Protocolo e Justificação de Incorporação da Sul América S.A. pela Rede D’Or” (“Protocolo”), bem como a incorporação da SASA pela Rede D’Or (“Operação” ou “Incorporação”), conforme Fato Relevante divulgado pelas Companhias em 23 de fevereiro de 2022”.

No texto ainda acrescenta que “as Companhias manterão seus respectivos acionistas e o mercado informados sobre as etapas relevantes relacionadas à Incorporação, na forma da lei e da regulamentação da CVM”.

ENCONTRO RI

O 23º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais acontecerá nos próximos dias 27 e 28 de junho próximo.

Até o fechamento desta coluna, quinta-feira (véspera do feriadão), a programação não estava 100% definida.

O Encontro, que já foi o maior da América Latina em relações com investidores, é promovido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas e o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores de forma conjunta.

PREVISÃO

Pra quem perdeu o post veiculado nas redes sociais pelo Portal  Acionista, a Ativa Investimentos previu que o Ibovespa chegará a 135 ml pontos no final deste ano.

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