Parte da imprensa internacional festejou o anúncio da União Europeia aprovando lei que limita a fabricação de veículos leves movidos a gasolina ou a diesel a 2035; os caminhões irão até 2040. Ideia é descarbonizar a frota que roda no Velho Mundo, estabelecendo 2035 para que os carros novos tenham zero emissão de CO2 e de 55% menos (em comparação com as emissões de 2021) já a partir de 2030. A Alemanha pediu um “habea corpus” para o e-fuel, combustível sintético, ora estudado.

Do ponto de vista ESG poderia ser algo a se festejar com intensidade tamanha de modo a fazer frente às festas de réveillon. Poderia, mas não é o caso ainda. O que nunca aparece, em matérias rasas, é a conta necessária para o abastecimento dos veículos elétricos (feito por corrente elétrica). De onde vem, afinal, essa energia e quanto é emitido até chegar na tomada?   

Em 2021 a Volvo (tradicional fábrica sueca de veículos leves e pesados, atualmente controlada pelo grupo chinês Geely Holding) divulgou estudo mostrando que os elétricos poderiam gerar até 70% mais de emissões que os atuais modelos movidos a combustão, se considerado todo o processo desde a mineração da matéria-prima até o descarte do lixo.

Pelos mesmos estudos, um modelo C40 da Volvo (utilizado como referência) precisaria rodar pelo menos 109 mil Km para compensar as emissões e, somente a partir daí, tornar-se um modelo sustentável.

Sem considerar a atual crise dos combustíveis, com a guerra na Ucrânia (que levou alguns países a optar pela queima de carvão, a fim de substituir o petróleo russo), vale destacar que a produção de energia na Europa não é uniforme. Só a título de exemplo, na Alemanha 27% da eletricidade tem matriz eólica, enquanto no Reino Unido o gás natural responde por 42% da matriz. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), a matriz energética global é constituída por carvão (38%), gás natural (23%), hidrelétricas (16,2%), nuclear (10,2%), biomassa+solar+eólica (9,7%) e outros (2,9%).

De outro lado, a brasileiríssima Embrapa aponta que o ciclo de vida do combustível etanol (extraído da boa e velha cana de açúcar) emite 73% menos CO2 que a fóssil gasolina e se não houver queimada a emissão será 82% menor.

O investidor que mira o longo prazo não pode embarcar no noticiário do dia, portanto. Há que se analisar bem o cenário, até porque vivemos um período de transição – energética, inclusive.

GÁS

A Energisa arrematou a ESGás, do Espírito Santo, no fechamento de março, sexta-feira última, por R$ 1,4 bilhão. Com isto, a tradicional elétrica entra no mercado de gás canalizado. O lance representou 7,28% de ágio.

BDR

O Grupo DWS, gestor de 821 bilhões de euros em ativos europeus, tocou campainha na B3, comemorando o lançamento de 10 BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs (Exchange Traded Funds). Os novos produtos são referenciados a índices globais e no Brasil serão destinados a investidores qualificados.

TI

A B3 anunciou programa de treinamento em tecnologias, realizado em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a fim de desenvolver talentos fora do eixo São Paulo-Rio. O nome, original, do programa é pantanal.dev.

Esta é a segunda inciativa do gênero. A primeira foi o programa mandacaru.dev, com a Universidade Federal do Ceará (UFC), estimulando o ecossistema local.

EIXO NORTE

A Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) publicou na sexta-feira (31) o edital de construção do Eixo Norte do Transporte Intercidades (TIC), que ligará a capital paulista a Campinas (cerca de 100 km).

O valor estimado da obra é de R$ 12,8 bilhões e após o edital haverá prazo de 240 dias para recepção de propostas. O leilão será realizado dia 28 de novembro.

INCLUSÃO

No Brasil existem 78 milhões de condutores habilitados, dos quais apenas dois com síndrome de Down. Para melhorar essa estatística, em favor das pessoas com a síndrome, a Localiza criou um programa de fomento social chamado Autoescola Xtraordinária.    

“Nosso papel como companhia de mobilidade e empresa cidadã é dar luz a esse tema e pavimentar caminhos para que elas tirem a habilitação. Criamos o Autoescola Xtraordinária para beneficiar esse público e, consequentemente, toda a sociedade”, diz o diretor executivo Daniel Linhares.

PLANTIO

A Suzano promove ação de plantios de mudas em corredores ecológicos nos biomas Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica. Esta iniciativa é engajada por voluntários, colaboradores, prestadores de serviço da companhia e seus familiares, e está alinhada ao compromisso da empresa de conectar, até 2030, meio milhão de hectares de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade desses biomas, o que equivale a quatro vezes a cidade do Rio de Janeiro.  

Neste ano já foram realizadas três ações de plantios de mudas, próximas às unidades de Imperatriz (MA), Três Lagoas (MS) e Mucuri (BA).

MODA

O executivo André Farber está deixando a Dafiti para assumir um novo desafio (em maio): fazer crescer o marketplace da Riachuelo. A companhia tem, atualmente, 17% das suas vendas digitais, mas o presidente do Conselho, Flavio Rocha (pré-candidato a presidente da República em 2018), aposta que existe muito mais espaço para crescimento na modalidade.

OURO

É provável que o roubo do ouro não termine tão já – uma vez que existe desde sempre nesta distraída e gentil pátria amada – mas deverá ser fortemente inibido sob a designação de “transações ilegais”.      

A Receita Federal publicou instrução normativa exigindo Nota Fiscal eletrônica para o ativo ouro. Mas vamos com calma pois a obrigatoriedade só entrará em vigor em 3 de julho próximo…

“A exigência da NFe é uma medida fundamental para iniciar a moralização da comercialização do ouro no Brasil. Finalmente, o país começa a adotar as medidas de controle sobre o garimpo, na Amazônia”, celebra Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Instituto Escolhas. Veja a instrução no link https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-rfb-n-2.138-de-29-de-marco-de-2023-473758612

BANCOS

Em menos de um mês, quatro bancos tiveram sérios problemas no mundo. A crise se iniciou com a falência do Silicon Valley Bank (SVB), nos EUA, no começo de março, e dois dias depois outro banco regional americano passou por problema semelhante e sofreu intervenção, o Signature Bank de Nova York. A crise de confiança no sistema bancário atingiu o Credit Suisse, rapidamente vendido ao UBS, com o apoio do Banco Central da Suíça, e derrubou as ações do Deutsche Bank, então considerado a “bola da vez”.

Para debater este cenário, o Centro de Estudos de Economia do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) realiza neste dia 4 (terça), às 18h, o webinar “Instabilidades Financeiras: Euforia e depressão no mundo das finanças”, com André Biancarelli, dretor do Instituto de Economia da Unicamp; José Francisco Lima Gonçalves, Economista-Chefe do Banco Fator; Julia Braga, professora associada da Faculdade de Economia da UFF; e Luis Eduardo de Assis, ex-diretor de Política Monetária do Banco Central.

O evento é gratuito e aberto ao público. Acesse https://www.youtube.com/ireetv

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