Com crescimento de 62% em relação a 2018, mercado captou o valor de R$ 450,7 bilhões junto ao público investidor, conforme destaca boletim da CVM
O valor total de captações no mercado de capitais alcançou a marca de R$ 450,7 bilhões, 62% maior que em 2018. O mercado de dívida continuou se destacando, com crescimento em todos os seus segmentos. Essa indústria respondeu por cerca de 63% do total de captações no ano (R$ 286,6 bilhões), em especial as emissões de debêntures (R$ 185,8 bilhões) e FIDCs (R$ 36,3 bilhões), ambos renovando suas marcas históricas.
Em 2019, as emissões de ações voltaram a crescer, após a queda observada em 2018, alcançando a marca de R$ 90,1 bilhões captados junto ao público investidor.
O estoque total de valores mobiliários sob a regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) encerrou o ano estimado em cerca de R$ 35 trilhões, crescimento de 85% em relação ao final do ano anterior.
Esses são dados do primeiro Boletim de Mercado da CVM de 2020, que consolida a evolução do mercado de capitais ao longo de 2019.
Ainda de acordo com o documento, o número de participantes regulados atingiu a marca de 54.458, representando alta de 6,8% em relação ao final do ano anterior.
“O maior colaborador para o crescimento do número de regulados foi o registro de novos agentes autônomos de investimento, totalizando 10.798 agentes registrados, aumento de 38,8% em relação ao final de 2018. Vale destacar ainda o número de plataformas de crowdfunding, 26 registradas até 2019, ante as 14 autorizadas em 2018”, destacou Bruno Luna, chefe da Assessoria de Análise Econômica e de Gestão de Riscos da CVM.
Indústria de fundos imobiliários também é destaque
Em 2018, a indústria de FII atingiu o número de 200 mil investidores, sendo destaque à época. Em 2019, o total de investidores desse segmento se aproxima de 600 mil investidores, conforme último Boletim publicado pela B3, além de ter obtido marca história em captações, respondendo por R$ 42,1 bilhões das emissões no período.
“2019 foi um ano de quebra de marcas para o mercado de capitais, fortemente influenciado pela queda da taxa Selic, que, hoje, está em sua mínima histórica. A manutenção desse cenário tende a atrair o público investidor, permitindo o mercado privado competir em condições mais favoráveis e reduzindo o custo do financiamento corporativo. O crescimento recorde observado nas captações via emissão de títulos de dívida e o aumento no número de investidores é um efeito direto disso”, complementou Bruno Luna.
Agenda Regulatória CVM 2020
O chefe da ASA/CVM também ressalta que a revisão da regulamentação de ofertas públicas, tema da Agenda Regulatória CVM 2020, está alinhada a esse novo cenário de crescimento. “Essa revisão, que buscará simplificar as regras para captação de recursos, fortalecerá o ambiente de distribuições públicas. Além disso, a reforma das normas aplicadas aos FIDCs e o aprimoramento dos mecanismos de participação dos investidores por meio do voto a distância, temas também da nossa Agenda Regulatória de 2020, serão igualmente vetores desse novo cenário”, concluiu Bruno.
Boletim de Risco
Também produzido pela ASA, o Boletim de Risco, outra publicação mensal da CVM, apresenta os indicadores de risco dos mercados de capitais de economias avançadas e emergentes, especialmente no Brasil. Há também a versão traduzida do boletim, disponível no Portal CVM em inglês.