A Caixa Seguridade (CXSE3) está prestes a realizar um follow-on, uma oferta subsequente de ações, logo após a divulgação de seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2024, que ocorrerá na quinta-feira (13). O principal objetivo dessa operação é aumentar a quantidade de ações disponíveis no mercado (free float) de 17,25% para 20%, em conformidade com as normas de governança do Novo Mercado da B3.
Esse movimento não deve interferir no controle acionário da Caixa Seguridade, mas trará implicações significativas para os investidores. Um dos principais efeitos será o aumento da liquidez das ações, que já é alta. Em um cenário onde a liquidez é maior, o impacto das negociações no preço das ações diminui, o que ajuda a reduzir a volatilidade, mesmo em períodos turbulentos do mercado.
“Atualmente, estamos observando um volume de negociação superior a R$ 40 milhões por dia. Fundos internacionais frequentemente priorizam empresas com alta liquidez, e o follow-on da Caixa Seguridade apenas intensifica essa atratividade”, comenta Victor Bueno, analista da Nord Investimentos.
Aspectos do follow-on
Durante a teleconferência de resultados agendada para as 11h da sexta-feira (14), os analistas buscarão informações adicionais sobre essa oferta, que poderá gerar um montante de até R$ 1,2 bilhão, englobando cerca de 2,75% do capital da seguradora. O acionista controlador, a Caixa Econômica Federal (CEF), atualmente possui 82,75% das ações da CXSE3.
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A companhia ainda não revelou se realizará uma oferta primária, em que novas ações são emitidas para reforçar o caixa, ou uma oferta secundária, onde ações existentes são comercializadas. Contudo, o mercado já aposta em uma oferta secundária. “Parece mais plausível, visto que a empresa tem demonstrado forte geração de caixa”, sugere Evandro Medeiro, analista da Suno Research.
Essa forte capacidade de gerar caixa se reflete na política de dividendos da Caixa Seguridade. Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, projeta um retorno de dividendos (dividend yield) de 9% para 2025. “Esse fator aumenta a atratividade do ativo para investidores em busca de retornos consistentes via distribuição de dividendos”, afirma.
Após um ano de 2024 com baixa atividade em ofertas de ações, em grande parte devido à volatilidade externa e incertezas fiscais locais, o follow-on da CXSE3 se apresenta como um teste para o apetite dos investidores por novas emissões. “Esse movimento representa uma tentativa de romper um longo período sem novas ofertas, sendo a primeira desse tipo em 2025”, enfatiza Matheus Nascimento, analista da Levante Inside Corp.
Vantagens adicionais para acionistas minoritários
Além de aumentar a liquidez, um free float reduzido confere uma influência maior ao controlador nas decisões empresariais e no valor da ação da Caixa Seguridade. Com poucos acionistas minoritários, há menor pressão para mudanças estratégicas ou aumento na distribuição de dividendos. Além disso, caso ocorra o fechamento de capital, o custo para recompra de ações tende a ser menor, facilitando o deslistamento da Bolsa.
Investir em empresas do Novo Mercado também oferece vantagens como maior transparência e padrões elevados de governança, garantindo direitos importantes como o tag along, que protege acionistas minoritários em potenciais mudanças de controle.
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A Caixa Seguridade fez sua estreia no Novo Mercado em 2021, levantando R$ 5 bilhões com uma oferta inicial de 17,25% do capital. Desde então, a participação da Caixa Econômica Federal vem sendo ajustada para atender às normas desse segmento. Essa operação, aprovada pela controladora em outubro passado, contará com a assessoria de renomados bancos de investimento, como Itaú BBA, BTG Pactual, UBS BB e Bank of America.
Com estas informações e novidades no horizonte, o mercado está atento às movimentações da Caixa Seguridade e como elas podem impactar o mercado financeiro. Fique por dentro das recomendações e análises completas das ações e setores que podem beneficiar seu portfólio no Clube Acionista.