O sinal +, em seguida à sigla OPEP, significa que países não formalmente filiados à Organização dos Países Exportadores de Petróleo estão aderindo às suas decisões.

Então é corriqueiro se ler nos jornais notícias como “a OPEP + decidiu cortar sua produção  em um milhão de barris diários”.

Até bem pouco tempo, referia-se às pessoas de grupos, preferências e características sexuais distintas apenas como LGBT, significando Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros.

Algumas classes se sentiram excluídas e, para que não ficassem ofendidas, alguém teve a ideia de estender a sigla para LGBTQIA, sendo o Q, Queers (onde estão as drag queens), o I, Intersexuais, e o A, Assexuais.

Para que nenhuma “tribo” fosse omitida, fizeram como a OPEP e tascaram um + após a sigla, que ficou sendo LGBTQIA +, que a gente vê o tempo todo sendo citada pelos politicamente corretos.

Nesse caso, o + pode incluir os praticantes de relacionamentos poliafetivos ou o que mais surja por aí.

A sigla BRIC surgiu na época em que se tornou moda investir nos países emergentes, com destaques para Brasil, Rússia, Índia e China, mais tarde acrescida de um S, representando a África do Sul (South Africa).

BRICS ficou sendo a nova nomenclatura.

Agora, num encontro recente dos BRICS em Joanesburgo, foi anunciado que seis novos países irão aderir ao bloco.

São eles: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Como não dá para aumentar a sigla para BRICSAAEEEI (fica impronunciável) o jeito é usar BRICS +.

Acho tudo isso um disparate porque as siglas antes mencionadas reúnem países que têm um mínimo em comum.

Na OPEP +, exportadores de petróleo.

No grupo LGBTQIA +, indivíduos, ou indivíduas, que não querem mais ser discriminados em função de suas características sexuais.

O MERCOSUL faz todo sentido. São quatro países fronteiriços, do Cone Sul das Américas, que têm grande intercâmbio comercial, embora seja rara a ocasião em que pelo menos um deles não esteja em crise política ou econômica.

O NAFTA (North America Free Trade Agreement) derruba quase que totalmente as fronteiras comerciais (e só comerciais) dos países da América do Norte: Canadá, Estados Unidos e México.

A União  Europeia, que começou a ser planejada no Tratado de Roma em 1957, visava, além da derrubada das barreiras alfandegárias e do livre trânsito dos cidadãos do continente europeu, evitar uma terceira guerra, seguindo-se as duas grandes (1914/1918 e 1939/1945).

Mais tarde, com o Tratado de Maastricht (1992), criou-se uma moeda comum a quase todos os países membros. Evidentemente todo mundo sabe que estou me referindo ao euro, que, juntamente com o dólar e o yuan (renmimbi), são as moedas mais importantes do planeta.

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ou NATO (North Atlantic Treaty Organization) era um grupo de países com o mesmo objetivo militar (se opor à União Soviética e ao Pacto de Varsóvia) e que agora se transformou numa aliança contra a Rússia.

Há outros grupos com propósitos comerciais, como a Parceria Transpacífica, que reúne Canadá, México, Peru, Chile, Nova Zelândia, Austrália, Brunei, Cingapura, Malásia, Vietnã e Japão, cujo interesse primordial é o comércio marítimo entre os países membros.

Ah, antes que eu me esqueça, existe a União Africana (reunindo os 55 países do continente, tanto os da África Saariana como os da Subsaariana) e a Liga dos Estados Árabes (Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Arábia Saudita e Síria).

Fora a ONU, que engloba quase todo o mundo (193 países), sendo cinco deles de uma casta superior: Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França.

Essa elite tem direito de vetar qualquer decisão do plenário, por mais justa e razoável que seja. Basta o voto de um deles para melar o que foi decidido pelos demais.

Agora, eu pergunto, o que poderão ter de interesse ou atividade em comum Brasil, Rússia, India, China, África do Sul, Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã, os integrantes do BRICSAAEEEI ou do BRICSAAEEEI + , pois há outros querendo entrar?

Só para ficar num único exemplo, o que poderão ter em comum o teocrático xiita Irã e a monarquia absolutista sunita do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita, a não ser o interesse pelo preço do petróleo? Só que para isso eles já se encontram nas reuniões da OPEP.

Acho que Lula, em seus sonhos mais recônditos, que não compartilha nem com a Janja, morre de vontade de ser o primeiro presidente do novo bloco, o que o equipararia a Oswaldo Aranha, que presidiu a Assembleia Inaugural das Nações Unidas, em 1946.

No fundo, o BRICS + é um bloco anti Estados Unidos que, dependendo do resultado das eleições americanas do ano que vem, poderá se transformar em um bloco anti-Trump. Que por sinal adoraria ter tantos adversários para brigar.

Quem está louco para entrar no BRICSAAEEEI + é o ditador venezuelano Nicolás Maduro, nem que seja para ficar pedindo empréstimos aos parceiros mais ricos.

Sem a menor intenção de pagar, é claro.

Um ótimo fim de semana para todos

Ivan Sant´Anna

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