A BRF (BRFS3) apresentou um desempenho impressionante no segundo trimestre de 2024, de acordo com o BTG Pactual.
A companhia registrou recordes históricos em EBITDA e margem bruta, além de uma recuperação completa na rentabilidade líquida e geração de fluxo de caixa livre (FCF).
O EBITDA ajustado atingiu R$ 2,6 bilhões, com uma margem recorde de 17,6% sobre receitas de R$ 14,90 bilhões, que representam um crescimento de 13,00% em relação ao ano anterior e superam as previsões do mercado financeiro.
A margem bruta também alcançou 26,30%, a mais alta dos últimos nove anos, e reflete um aumento significativo de 10,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
No Brasil, a empresa obteve um EBITDA de R$ 1,10 bilhão, um aumento expressivo de 72% em comparação com o ano passado e 5% acima das expectativas.
A margem no país foi de 15,70%, o maior índice registrado em uma década. Além disso, a receita cresceu 6,0% ano a ano, impulsionada por um aumento de 8,0% no volume de vendas, com o segmento de aves em destaque como um dos principais responsáveis pelo bom desempenho.
No entanto, a BRF não divulgou a participação de mercado no comunicado.
No setor internacional, a empresa também se destacou, com uma margem EBITDA de 20%, um aumento de 1.600 pontos base em relação ao ano passado e o maior índice desde 2015.
O volume de vendas no exterior superou as expectativas, e o preço médio de exportação de aves foi 36% superior à média histórica, comparado a um prêmio histórico de cerca de 20%.
Apesar dos resultados sólidos, a BRF enfrenta o desafio de sustentar essas margens elevadas por um período prolongado.
Para o BTG Pactual, a empresa se beneficia de uma combinação favorável de condições cíclicas, como custos de grãos mais baixos e um equilíbrio entre oferta e demanda nos mercados de aves e suínos.
Além disso, a expansão para novas fronteiras de exportação e uma economia doméstica mais robusta têm contribuído para o desempenho positivo.
No entanto, a empresa está ciente da necessidade de justificar a manutenção desses níveis de margem e crescimento para os investidores.
Com o EBITDA do primeiro semestre de 2024 já acima dos níveis do ano anterior, o BTG Pactual avalia que a BRF precisa ajustar suas estimativas para um EBITDA próximo a R$ 10 bilhões.
Dada a natureza intensiva em capital da indústria e o capex em mínimos históricos, existe a expectativa de que a empresa revele mais detalhes sobre suas ambições de crescimento nos próximos meses.
Atualmente, os analistas do BTG Pactual estão neutros em relação às ações da BRF, e aguardam mais informações sobre a capacidade da empresa de manter o crescimento e justificar o valor das suas ações no mercado.