“A saída do Reino Unido pode representar uma oportunidade para o Brasil de fazer uma nova linha de comércio e serviços com a 6ª economia do mundo”

Concretizado no último dia 31 de janeiro, o Brexit (Saída do Reino Unido da União Europeia), ainda gera diversas incertezas no mercado financeiro. Não poderia ser diferente, mesmo com a demora para a saída, que acabou acontecendo sem um acordo, essa é a primeira vez que um país deixa a União Europeia em seus 47 anos de existência. Especialistas afirmam que, inicialmente, não é possível medir o impacto. Sabe-se que ele envolve políticas migratórias mais restritivas, mas não se sabe como a economia britânica deve responder aos novos acordos econômicos, embora destaquem a situação como uma boa oportunidade para o Brasil conquistar um novo parceiro comercial.

Guto Ferreira, Diretor Executivo da Solomon’s Brain, vê um possível acordo comercial muito mais positivo para o Reino Unido do que para o Brasil. “A saída do Reino Unido da União Europeia pode representar uma oportunidade para o Brasil de fazer uma nova linha de comércio e serviços com a 6ª economia do mundo. O problema é que o fato do Reino Unido comprar muitos produtos manufaturados e o Brasil estar, cada vez mais, se especializado em exportar commodities. Um possível acordo será muito mais interessante para o Reino Unido do que o Brasil, pela disputa com outros países dos EUA e China pelo mercado de produtos agrícolas. O que é mais importante nisso é que o Brexit pode mostrar ao Brasil, em médio prazo, o que pode acontecer saindo de um bloco econômico e fechando os próprios contatos. Pois são casos semelhantes, sendo o Brasil uma das principais economias do Mercosul, assim como o Reino Unido é da União Europeia”, explica o Diretor Executivo da Solomon’s Brain.

Para Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, inicialmente não dá para medir o impacto da saída do reino unido. “Agora que se começam a costurar novos acordos comerciais, e o Brasil tem interesse em ser um parceiro comercial com o Reino Unido, ou seja, pode ser positivo para o Brasil essa saída pois abre a porta do Reino Unido para o Brasil”, pontua.

Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, chama atenção para a possibilidade de novas taxas, caso não existam novos acordos. “Inicialmente o impacto será pequeno, pois ainda temos algumas etapas até um total ajuste do Brexit. Esse período de transição vai seguir as mesmas regras da União Europeia. Mas, a partir de agora, com a saída, o Reino Unido passa a fechar novos acordos econômicos com os mercados globais e isso pode abrir um novo espaço para o Brasil. Apesar disso, tanto para a importação quanto exportação podem sofrer com aumento nos preços, além de taxas mais expressivas”, finaliza Daniela Casabona.

gueratto
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