Integrantes da divisão de elite do Campeonato Brasileiro de futebol precisam “dar um gás” nesta reta final; seja para alcançar o líder Botafogo, seja para fugir da Z4 – a temida zona de rebaixamento. Mas se de um lado precisam “abrir o gás” dentro de campo, de outro, há que se diminui-lo fora das quatro linhas. A companhia aérea Gol resolveu compensar as emissões dos voos que transportam as equipes.
Até o dia 3 de dezembro, data da última rodada do Brasileirão, serão percorridos mais de 683 mil km, projetando-se uma compensação de 4 mil toneladas de CO2eq emitidos nas rotas de ida e volta desta competição. Com vistas a minimizar este impacto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Gol Linhas Aéreas e o Grupo Águia fecharam parceria, com apoio técnico da Moss, para oferecer uma solução de compensação de CO2 que beneficia projetos de conservação da floresta amazônica.
Cabe destacar que desde a abertura do Brasileirão 2023 (em abril), os clubes que realizam viagens exclusivamente pelo Grupo Águia com deslocamentos aéreos feitos pela Gol já estão compensando as emissões do dióxido de carbono (CO2). Paralelamente ao futebol, a Gol informa que de junho a agosto deste ano neutralizou 15,4 mil toneladas de CO2eq de maneira voluntária pelos clientes, nas rotas carbono neutro da Gol (Recife-Fernando de Noronha e Congonhas-Bonito) e em ações pontuais. O valor compensando – calcula a companhia –, equivale a 3.856 hectares preservados por um ano ou 2.217.562 árvores preservadas por um ano, ou ainda a manutenção de 4.674 campos de futebol padrão FIFA de natureza nativa.
O projeto do Brasileirão só foi possível com a entrada da Moss na parceria, empresa que facilita o processo de neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE) possibilitando a compensação de cada trecho voado. Por exemplo, um voo de Ponte Aérea emite cerca de 0,07 toneladas de CO2eq por passageiro e a compensação se dá por um acréscimo de, aproximadamente, R$ 5,53 (ida e volta) na compra do bilhete direto no check-in da GOL. A cada trecho, o cliente recebe um certificado de neutralização e de apoio a projetos de conservação da floresta amazônica.
“Todos nós sabemos da influência que os times de futebol têm na vida dos brasileiros. Essa iniciativa colabora diretamente com a conscientização da população que poderá perceber a compensação de CO2 como um ato simples, porém de alto impacto”, comenta o CEO da Moss, Luis Adaime.
Os créditos usados na compensação dos voos seguem os padrões de certificação internacional VCS (Verified Carbon Standard). E para garantir uma camada extra de segurança nas transações, a Moss diz utilizar o token MCO2que torna cada crédito único, rastreável e mais seguro com todas as transações registradas em blockchain.
Para um futebol que recebe críticas pela falta de brilho (especialmente quando comparado aos campeonatos europeus), este realmente é um gol de placa.
INTEGRAÇÃO
A CCS Brasil e o Banco do Brasil promoverão, dia 5 próximo, o evento Conexão CCS – Mercado de Carbono e a Integração de Financiamentos Públicos e Privados para a Implementação de Projetos no Brasil. O encontro será na Av. Paulista, 1230, auditório do Banco do Brasil, e tem apoio do Campos Mello Advogados e da Education Quality and Accountability Office (EQAO) no Brasil.
O evento acontece de maneira 100% presencial e as inscrições podem ser realizadas por meio do site www.ccsbr.com.br
SOLO
A Hydro e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmaram parceria para aplicação de uma técnica inovadora no reflorestamento das áreas da Hydro Paragominas, no interior do Pará.
Ao todo, oito atividades de pesquisa estão em desenvolvimento a partir daqui, entre as quais a produção de inoculantes contendo bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico. A fixação biológica do nitrogênio (FBN) utiliza o gás (N2) presente na atmosfera em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. Na natureza, o processo é realizado por alguns grupos de microrganismos e constitui a principal via de incorporação do nitrogênio à biosfera e, depois da fotossíntese, é o processo biológico mais importante para as plantas e fundamental para a vida na Terra.
ADUBAÇÃO
A principal contribuição da biotecnologia testada (acima) para a sustentabilidade dos sistemas florestais é a redução/substituição da adubação mineral que, sem o manejo adequado, pode se tornar nociva ao meio ambiente – além dos custos. A metodologia também acelera o crescimento das mudas, tornando-as mais saudáveis e com menor taxa de mortalidade.
O ganho social da tecnologia pode ser ainda mais evidente no contexto da agricultura familiar – representando 84,4% dos estabelecimentos rurais e 24,3% da área total cultivada –, uma vez que poderá melhorar a geração de renda e a qualidade de vida das famílias deste segmento agrícola. São exemplos as culturas do feijoeiro comum e feijão-caupi, cuja produção está vinculada à agricultura familiar.
FLORESTAS
Recuperar 1,02 milhão de hectares de área desmatada usando modelos de Sistemas Agroflorestais (SAFs) pode gerar R$ 260 bilhões de receita líquida, remover 482,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera e produzir 156 milhões de toneladas de alimentos para o país.
Os cálculos são de estudo inédito do Instituto Escolhas, que revelou os benefícios que podem advir da recuperação de 12 milhões de hectares de florestas até 2030 – meta assumida pelo Brasil no Acordo de Paris.
O novo recorte mostra o potencial da recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) desmatadas e localizadas em pequenas propriedades.
ALIMENTOS
Os modelos de SAF propostos pelo estudo do Escolhas levam em consideração as características ecológicas e a aptidão produtiva das cinco regiões do país. Ao todo, 43 variedades de alimentos de lavoura e extrativismo foram contempladas.
Nos cenários gerados, alimentos como milho verde, pinhão, buriti, cumaru, jabuticaba, mangaba, erva-mate e palmito superariam em mais de 100% a sua produção atual no país. Já para os outros 15 alimentos sobre os quais há dados oficiais disponíveis para comparação direta, há aumentos variáveis – por exemplo, 27,4% para o cacau, 40,4% para o cupuaçu e 71,1% para o pequi.
PESQUISAS
A JBS iniciou a construção do JBS Biotech Innovation Center, o primeiro Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em proteína cultivada no Brasil. Previsto para o final de 2024, estará no Sapiens Parque, em Florianópolis (SC).
O centro receberá investimento de US$ 22 milhões, entre obras civis e aquisições de equipamentos, para a implantação dos laboratórios (fase 1) e da planta-piloto (fase 2), e contará com uma equipe científica de 25 pós-doutores, especialistas em diversas áreas, além de staff e pessoal de apoio administrativo.
A companhia também desenvolve pesquisas em proteína cultivada na Espanha, em uma planta-piloto na região basca.
PcD
De janeiro a agosto deste ano, a VLI – companhia de soluções logísticas em terminais, ferrovias e portos – abriu 48 vagas exclusivas para pessoas com deficiência (PcDs). Esse número já é maior que a quantidade total ofertada em 2022, quando foram abertas 46 oportunidades exclusivas a este público. Além desta ampliação, em 2023 foram destinados 13 milhões para a realização de adequações de infraestrutura, incluindo acessibilidade, em pelo menos 14 unidades onde estão concentradas mais de 50% das pessoas com deficiência que trabalham em suas dependências.