Em meio a guerras entre grandes nações, conflitos globais e a volta de Donald Trump à Casa Branca em 2025, o Brasil continua enfrentando um dos seus maiores desafios: o desequilíbrio fiscal. Nesta semana (18/10), o Morgan Stanley rebaixou a recomendação de compra de ações brasileiras, citando os riscos fiscais e a possibilidade de dominância fiscal — situação em que a política monetária perde eficiência no combate à inflação.

Mas qual seria a solução, ou pelo menos um alívio, para esse problema evidente? O corte de gastos públicos surge como uma resposta. Entre promessas de que o pacote seria anunciado entre as eleições municipais e americanas, surgiram rumores de um corte de despesas de R$ 70 bilhões a ser apresentado em breve pelo ministro Fernando Haddad.

Caso esse valor seja aprovado e oficializado, a medida tende a ser bem recebida pelo mercado, promovendo um ambiente macroeconômico mais estável e previsível, consequentemente impulsionando o Ibovespa e atraindo investimentos externos.

Os mercados emergentes, incluindo o Brasil com os seus problemas fiscais, ainda apresentam oportunidades — desde que consigam superar riscos geopolíticos e cambiais. Historicamente, essas economias tiveram um desempenho inferior ao dos países desenvolvidos desde a crise de 2008. Fatores como crescimento econômico mais lento, políticas monetárias expansionistas nos Estados Unidos (como o quantitative easing), fortalecimento do dólar, volatilidade nos preços das commodities, alto volume de capital especulativo e riscos geopolíticos contribuíram para esse cenário desfavorável.

Como resultado, os investimentos em mercados emergentes atingiram níveis historicamente baixos. Entretanto, é comum que economias emergentes apresentem crescimento econômico superior ao de mercados desenvolvidos, além de recuperação dos lucros corporativos pós pandemia e principalmente os valuations atrativos após quedas significativas. Nos últimos 20 anos, o desconto médio das ações de mercados emergentes em relação às dos mercados desenvolvidos e às dos Estados Unidos foi de 21% e 25%, respectivamente.

Atualmente, esses descontos ultrapassam 30% e 40%, apontando para potenciais oportunidades de valorização. No caso brasileiro, o anúncio de cortes de gastos pode ser um catalisador positivo para a bolsa de valores, aumentando o otimismo dos investidores. Contudo, investir em economias emergentes como o Brasil envolve riscos relevantes, como o político e regulatório, cambial, de liquidez e de governança corporativa. Apesar disso, para aqueles que souberem gerir esses riscos, as oportunidades podem ser significativas.

E como mitigar o risco Brasil maximizando a rentabilidade em meio aos mais diversos ciclos econômicos? Bom, para isso eu estarei aqui toda sexta-feira para informá-los sobre a verdade nua e crua do mercado. Dúvidas adicionais? Conte comigo, conte com a Unifique Invest.

Entre em contato para saber mais!

Conteúdo produzido por: Ronaldo Escudeiro – Sócio, assessor e economista da Unifique Invest | BTG Pactual

Publicidade

Onde investir neste fim de ano?

Veja as recomendações de diversos analistas em um só lugar.