Ser grande e forte não necessariamente quer dizer que se vai vencer sempre a luta no tatame, nem que as vitórias serão sempre por nocaute. Um dia, apenas uma simples rasteira pode derrubar e pronto, se está no chão ouvindo a contagem regressiva do árbitro e são 10 segundos para se levantar. Uma analogia que serve para entender o que aconteceu com o Bradesco, o segundo maior banco privado do país no terceiro trimestre.
O banco perdeu R$ 30,69 bilhões de seu valor de mercado no dia 9 de novembro dpois de divulgar seus resultados do terceiro trimestre de 2022. Os papéis preferenciais derreteram -17,38%, negociados a R$ 15,35, enquanto os ON (BBDC3) caíram -16,01% a R$ 13,27.
Na quinta-feira, 10, dando continuidade às desvalorizações observadas na sessão anterior, as ações preferenciais cederam -2,93%, a R$ 14,90, enquanto as ações ordinárias recuaram -2,93%, aos R$ 12,88.
A alta da inadimplência (3,9% ante 3,5% no 2T e 2,6% há um ano) sinaliza uma acentuada deterioração da qualidade da carteira de crédito. Além disso, o fato do Bradesco ter revisto suas próprias projeções, incluindo um volume de despesas de provisões substancialmente maior (R$ 25,5 a R$ 27,5 bi no ano, ante R$ 17 a R$ 21 bi anteriormente) denota que a magnitude da deterioração surpreendeu até mesmo o próprio banco.