INTERNACIONAL: Bolsas e moedas emergentes retomam alta

Bolsas europeias e S&P futuro sobem, enquanto moedas emergentes retomam ganhos ante o dólar que haviam sido interrompidos ontem, com investidores se concentrando nos estímulos de governos e relevando os dados que saem nos EUA hoje e que devem mostrar o maior desemprego desde a década de 1930. Companhias aéreas, operadores de cruzeiro e hotéis lideraram ganhos nas bolsas europeias, à medida que os investidores compram ações que mais sofreram na pandemia. Stoxx 600 caminha para sua melhor semana em dois meses. Petróleo caminha para 6ª semana de ganho com Opep+ perto de acordo para estender cortes de produção; metais sobem em Londres. Entusiasmo por ativos de risco voltou aos mercados nesta sexta-feira após ajuda fiscal e monetária do BCE e Alemanha superar as expectativas esta semana. Além disso, as tensões comerciais entre os EUA e a China parecem estar esfriando e a pandemia também mostra sinais de alívio em alguns países; embora continue a se espalhar, somando cerca de 100.000 casos por dia globalmente.

ECONOMIA/PODER: Brasil passa Itália na COVID-19

• Brasil se tornou o 3º país com mair número de fatalidades, atrás apenas dos EUA e Reino Unido, com 34.021, e número total de casos superou os 600.000, somando 614.941. País teve recorde diário de mortos registrados ontem, com 1.473, e 30,925 novos casos. Senado aprova uso obrigatório de máscaras em locais de acesso público; texto volta à Câmara. (Agência Senado)

• Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até o fim de 2021vai evitar o aumento do desemprego. Pelas estimativas da Câmara, sem a desoneração, os 17 setores da economia que hoje contam com esse benefício teriam de arcar com um adicional de R$ 10 bilhões em custos trabalhistas, uma despesa pesada no momento em que a pandemia reduz drasticamente o faturamento das empresas. (Folha)

• A equipe econômica já se movimenta para tentar barrar o ímpeto de parlamentares por um novo e amplo programa de parcelamento de débitos tributários. Projeto apresentado na quarta-feira na Câmara cria um “Super Refis” para dívidas contraídas até o fim da pandemia, com o perdão de até 90% de multas. A ideia do governo é que o assunto seja discutido junto com a proposta de reforma tributária. (Estadão)

• O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que já definiu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo pagará duas novas parcelas do auxílio emergencial. Até o início da semana, a extensão era tratada como possibilidade. O valor das novas parcelas será menor que os atuais R$ 600. O valor de R$ 300 para parcela do auxilio ganhou força nos cálculos do governo porque representa um meio termo entre as propostas que buscam garantir o pagamento do auxílio emergencial por mais um tempo, mas de uma forma que pese menos para os cofres públicos. (Folha / Correio)

• O impacto da possibilidade de abandono da agenda de reformas no país já está sendo calculado em cenário chamado de “extremo” em relatório do Santander enviado a clientes. A dívida pública brasileira subiria continuamente ao longo do tempo, saltando a 125% do PIB em 2022 e 160% do PIB em 2030, segundo o relatório de 18 de maio. No cenário base, considerando que o governo continuará comprometido com a agenda de reformas e de ajuste fiscal, a projeção de dívida passaria de 75,8% do PIB em 2019 para 94,2% do PIB em 2020, subindo para 94,8% em 2021 e 96% em 2022. (Valor)

• Os pedidos de recuperação judicial subiram 68,6% de abril para maio e as falências, 30%, segundo a Boa Vista, empresa de informações de crédito. A crise econômica ligada à pandemia pode resultar em uma onda de quebra de empresas e existe um risco de a ajuda chegar tarde demais. O alerta foi feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) (Valor)

EMPRESAS: Centauro fixa preço em oferta a R$ 30 por ação

BRMALLS (BRML3): BRMalls reportou lucro líquido de R$ 118,542 milhões no primeiro trimestre de 2020. O montante é 23,5% menor do que no mesmo período de 2019, segundo balanço publicado há pouco. Já o lucro líquido ajustado (que desconsidera alguns itens do balanço sem impacto no caixa) foi de R$ 130,024 milhões, recuo de 24% na mesma base de comparação. O lucro da BRMalls foi impactado pela perda de receita com o fechamento dos shoppings a partir de 18 de março em meio à pandemia do novo coronavírus. Dos 29 shoppings onde a companhia detém participação, 11 já voltaram a funcionar. O lucro também caiu por conta do maior nível de incidência de impostos no período e pelo resultado da linha de equivalência patrimonial. Nesta linha é contabilizada a participação da BRMalls na empresa de entregas Delivery Center, um negócio recente e ainda em fase de ganho de escala. No trimestre, gerou uma perda de R$ 24,496 milhões. O lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa (FFO) ajustado atingiu R$ 137,654 milhões, queda de 21,9%. A receita operacional líquida totalizou R$ 295,976 milhões, uma retração de 5,8%. As despesas com vendas, gerais e administrativas foram de R$ 28,9 milhões, redução de 31,2%. O recuo foi puxado pela queda de 53,3% nas provisões para devedores duvidosos. A BRMalls encerrou o primeiro trimestre com R$ 886,753 milhões em caixa para fazer frente a R$ 42,2 milhões de vencimentos neste ano e R$ 265,5 milhões no ano que vem. A dívida líquida era de R$ 2,111 bilhões, com alavancagem (dívida sobre Ebitda) de 2,1 vezes.

CENTAURO (CNTO3): O conselho de administração da Centauro, do Grupo SBF, aprovou no âmbito da oferta pública primária de ações (follow on), com esforços restritos de colocação, a fixação de preço de R$ 30 por ação. Desse modo, a oferta movimentou R$ 900 milhões, mediante a emissão de 30.000.000 novas ações ON. O valor representa um desconto de 4,76% em relação ao fechamento da ação no pregão de ontem, de R$ 31,50. A quantidade inicial da oferta, de 25.000.000, foi elevada em 5.000.000 ações, segundo a empresa, para atender o excesso de demanda. O prospecto previa a emissão de um lote adicional de até 35% (8.750.000 ações). Conforme fato relevante divulgado nesta manhã pela empresa, os recursos serão destinados para financiar aquisições de empresas em curso e futuras que possam contribuir para a execução de sua estratégia de crescimento e a expansão de seus negócios, além de reforço de capital de giro. Com a oferta, o capital social da Centauro passará a ser de R$ 1,914 bilhão, dividido em 241.015.279 ações ON. As ações da oferta passarão a ser negociadas na B3, dia 08.

E-COMMERCE (ICON): Desde o início do isolamento social, em março, o Brasil abriu 107 mil lojas virtuais na internet, média de mais de uma por minuto. O comércio eletrônico foi o caminho encontrado por muitas empresas para amenizar a súbita queda de faturamento por causa da pandemia. Antes da quarentena, a média de abertura de lojas virtuais era de 10 mil por mês, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). Roupas, calçados, alimentos e serviços lideram o ranking de novos negócios. A expectativa era ganhar três milhões de clientes para vendas online até o fim de 2020. Na quarentena chegaram dois milhões de novos consumidores, elevando em 40% as vendas online no período.

RANDON (RAPT4): A Randon Participações reportou lucro líquido de R$ 2,994 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 90,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida consolidada no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 1,167 bilhão, alta de 3% ante o R$ 1,133 bilhão do ano passado. A margem líquida caiu 2,5 pontos percentuais, de 2,8% para 0,3%. O endividamento foi de R$ 1,1 bilhão, o que representa 1,66 vez o Ebitda da companhia dos últimos 12 meses. O volume de exportações da companhia passou de R$ 152,941 milhões para R$ 145,884 milhões, queda de 4,6%. Já considerando o efeito cambial, a queda foi de 43,1%, de US$ 30,601 milhões para US$ 17,420 milhões. Somando exportações e receitas no exterior, o montante foi de R$ 52,405 milhões, recuo de 23,6% entre os trimestres. As despesas operacionais avançaram 10,2%, para R$ 188,7 milhões, com destaque para despesas administrativas. A Randon afirma que o impacto da pandemia do novo coronavírus foi “pouco relevante” neste trimestre e que a companhia “mantém uma posição robusta de caixa” para enfrentar as incertezas. A empresa também realizou uma “parada de produção não programada” em março, por meio de férias coletivas.

YDUQS (YDUQ3): Yduqs Participações, antiga Estácio, anunciou nesta quinta-feira a aquisição do Athenas Grupo Educacional, por R$ 120 milhões. O grupo atua nas regiões Norte e Centro-Oeste do País, com presença no Acre, Rondônia e Mato Grosso. Do total a ser pago, R$ 106 milhões serão desembolsados à vista. Os R$ 14 milhões restantes serão pagos dentro de cinco anos. O grupo Athenas possui três processos em andamento para licenças de cursos de Medicina, que representam um potencial de 300 novas vagas ao ano, com 1,8 mil alunos na maturidade. Com receita líquida de R$ 94,5 milhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 15 milhões em 2019, o Athenas preenche três das 17 regiões identificadas como estratégicas para o Yduqs. O Athenas foi fundado no início dos anos 90, e é formado por cinco instituições em Rio Branco (AC), JiParaná (RO), Rolim de Moura (RO), Pimenta Bueno (RO) e Cáceres (MT) – nestas duas últimas, o grupo é a única instituição privada de ensino superior da cidade. Ao todo, o Athenas soma 9 mil alunos inscritos em 67 cursos de graduação, cursos técnicos superiores (CST) e programas de pós-graduação na modalidade de ensino a distância (EAD).

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