Não deu para reagir ao cenário macro. Mesmo na tentativa de deixa para lá a notícia do ataque hacker bilionário em uma das maiores corretoras do mundo abalar os investidores, as criptomoedas derreteram nesta terça-feira (25). A Bitcoin atingiu o menor patamar em seis semanas, operando abaixo de US$ 90.000, após a intensificação das tensões comerciais globais, desencadeando um movimento generalizado de venda no mercado.

A queda do Bitcoin (BTC) veio em meio a uma onda de liquidações no mercado de derivativos após Donald Trump confirmar que as tarifas contra Canadá e México podem mesmo ser aplicadas. Conforme o Investing. com, a fala contribuiu para um ambiente de aversão ao risco nos mercados globais, e os ativos digitais não pararam de cair. Após atingir US$ 87 mil nas primeiras horas do dia, o BTC já é negociado na faixa dos US$ 86 mil às 12h30, 20% abaixo da máxima história de quase US$ 109 mil atingida no dia da posse de Trump, em 20 de janeiro.

Reação tática, diz especialista

Para Richard Teng, CEO da Binance, plataforma de criptomoedas, é “uma retirada tática, não uma reversão”, a volatilidade do mercado. Segundo ele, a história mostrou que os mercados de criptomoedas reagem às mudanças macroeconômicas de maneira semelhante aos ativos tradicionais, mas também se recuperam com uma resiliência notável.

“Já assistimos isso antes: quando o Federal Reserve (Fed) aumentou as taxas de juros de forma agressiva em 2022, o Bitcoin caiu brevemente abaixo de US$ 20 mil, para depois se recuperar à medida que as condições se estabilizavam. Picos de inflação, vendas generalizadas no mercado e até ciclos de adoção corporativa moldaram a trajetória das criptos. No entanto, cada desaceleração reforçou a força dessa classe de ativos a longo prazo, em vez de sinalizar o fim do ímpeto da indústria.
O que estamos vendo agora é apenas uma retirada tática de curto prazo, longe de ser uma queda estrutural”, disse Teng.


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