Biodiversidade e investimentos, a abordagem é direcionada a esclarecer para o investidor, tanto aquele que já prioriza empresas ESG, mas também o que ainda não entende muito bem a importância da temática, quais as formas disponíveis para aplicar seu dinheiro em companhias comprometidas com a biodiversidade.
Para começar, há um desenvolvimento específico dentro do mercado de Renda Fixa com foco em biodiversidade, que são os chamados Rhino Bonds. São os títulos estruturados pelo Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (braço do Banco Mundial), no valor de 150 milhões de dólares e prazo de 5 anos. O objetivo é a captação de recursos privados para proteger a espécie de rinocerontes negros da África do Sul.
“Os Rhino bonds são o primeiro instrumento financeiro dedicado exclusivamente para a proteção de uma espécie animal. Esses títulos possuem um modelo de pagamento pelo sucesso, em que os recursos captados são destinados para financiar os projetos de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial em todo o mundo e para a criação de empregos relacionados à conservação ambiental na África do Sul”, explica o relatório do Itaú Asset.
Green Bonds
Além disso, essa relação entre biodiversidade e mudanças climáticas também vem sendo explorada e aprofundada no universo dos títulos verdes e títulos climáticos. Infelizmente, tudo indica que os impactos adversos das mudanças climáticas na biodiversidade tendem a aumentar, à medida que o planeta se torna mais quente. “Limitar o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius pode reduzir esses impactos e contribuir positivamente com a manutenção de importantes serviços ambientais e com a qualidade de vida humana.”
Assim, a demonstração desse valor é crítica para o entendimento das consequências que modelos de negócios podem causar ao meio ambiente e à saúde humana e será um passo importante na utilização mais eficiente dos recursos naturais.
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“Empresas que compreendem e gerenciam esses riscos, e que estabelecem modelos operacionais mais flexíveis e resilientes a essas pressões, têm a possibilidade de materializar oportunidades de forma mais rápida, e, portanto, são avaliadas como mais propensas a prosperar em cenários futuros. Empresas que estão atentas ao desenvolvimento de novas soluções e alternativas para o desenvolvimento de produtos e/ou serviços, atendendo assim uma demanda crescente, podem exibir performance diferenciada, quando pensamos no médio e longo prazo.”
Bom registrar também a gestora de fundos holandesa Robeco, que é uma das que levam mais a sério a integração de critérios ESG aos investimentos: de seus 173 bilhões de euros sob gestão, 164 bilhões estão sujeitos a algum tipo de critério ambiental, social ou de governança, segundo informações do site Capital Reset.
Conforme a reportagem, 116 instituições se juntaram à Robeco para fundar a Nature Action 100, uma coalizão de investidores. Inspirada na Climate Action 100, a entidade terá como objetivo cobrar mais ambição e ação das companhias no combate à perda da diversidade biológica.
A biodiversidade como foco de investimento
A Robeco tem um fundo dedicado exclusivamente a empresas com impacto positivo na biodiversidade. Diferentemente de muitos fundos ESG tradicionais, ele não contém empresas de tecnologia, por exemplo.
Para montar a carteira do fundo de biodiversidade, de acordo com o texto da Capital Reset, foram feitas muitas pesquisas voltadas a trabalhos acadêmicos, olhando para ecossistemas terrestres, de água doce e marinhos, e também cadeias de suprimentos rastreáveis.
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