A maior cervejaria do país não agradou muito com seus resultados do 4T23A, principalmente os investidores, que viram as ações da empresa em baixa nas últimas semanas. O desempenho operacional da Best in Class Ambev (ABEV3) ficou abaixo do consenso. A receita líquida totalizou R$ 19,9 bilhões. O EBITDA Ajustado somou R$ 7,1 bilhões, também abaixo das estimativas. E o lucro líquido foi de R$ 4,6 bilhões, queda de 11,9% a/a e +15,6% t/t, ficando dentro do consenso. Quanto ao ESG, nada que desabone essa gigante.
ESG Ambev (ABEV3)
A empresa adota boas práticas de sustentabilidade, que abordam desde temas ligados à gestão de água até mudanças climáticas. Integra o Pacto Global das Nações Unidas (ONU). Além disso, a Ambev tem metas ESG claras, como, por exemplo, de até 2025, ter 100% da eletricidade adquirida advinda de fontes renováveis e 100% das embalagens de suas bebidas serem provenientes de material reciclado.
Por que a Mirae Asset indica “compra”?
A recomendação de compra para ABEV3 se justifica a partir da expectativa de que a empresa deve se beneficiar de um cenário de preços mais baixos das commodities, o que deve favorecer a recomposição de margens. “Vemos a ação sendo negociada a um P/L estimado para 2024 atrativo, significativamente abaixo da média histórica de 20,5x.”
Para os analistas, a desvalorização cambial na Argentina exerceu o principal impacto sobre os números do 4T23. “Apesar de termos observado uma dinâmica de volumes mais fracos em algumas regiões, isso apenas reforça nossa expectativa de uma retomada ainda incerta.”
Por que a Genial recomenda “manter”?
De acordo com os analistas, após esse trimestre sólido, e em virtude do viés baixista para as commodities que compõem o COGS da Ambev, a companhia deve seguir entregando uma expansão gradual de margens ao longo de 2024.
“Esperamos também uma continuação do momentum positivo no Brasil e na República Dominicana. No entanto,a companhia deve seguir enfrentando grandes desafios na Argentina, que representa ~60% do EBITDA do LAS, uma vez que não vemos o cenário de hiperinflação arrefecendo no curto e médio prazo, e não vislumbramos melhorias relevantes na indústria de cerveja no Canadá em 2024”, comentam os analistas.
Eles também destacam que veem um potencial de crescimento da companhia limitado,por causa da crescente concorrência no mercado de cervejas no Brasil. Assim, fica claro um upside baixo em relação ao preço atual de tela. “Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de manter com Target Price 12M de R$ 15,00.”
Por que o Itaú BBA tem posição “neutra”?
Os analistas do Itaú seguem com recomendação neutra para ABEV3, com preço-alvo de R$ 15 ao fim de 2024 e, segundo eles, o desempenho está em linha com a média do mercado.
Os destaques do 4T23
Cerveja Brasil: a empresa reportou um declínio de volume de 1% na comparação anual, um pouco abaixo de nossa estimativa e no limite inferior das previsões do mercado. As despesas de venda, gerais e administrativas como porcentual da receita foi 0,20 ponto porcentual (pp) inferior à estimativa do Itaú, e outras receitas operacionais (incluindo R$ 185 milhões de créditos tributários) contribuíram para que o Ebitda do segmento ficasse praticamente em linha com as estimativas, totalizando R$ 4,1 bilhões, com rentabilidade (margem) de 36,1%.
A Ambev também divulgou sua expectativa de custos por volume para 2024, que deverá variar entre – 0,5% e -3%.
Na opinião dos analistas, as estimativas do mercado estavam mais próximas da deflação de custos de um dígito médio a alto. “Se incorporarmos o ponto médio da expectativa da companhia, vemos uma redução de nossa expansão anual da margem Ebitda no Brasil em 2,8 pp, assumindo preços em linha com a inflação ao consumidor;
Internacional
No segmento LAS (América do Sul, ex-Brasil), o Ebitda foi de 795 milhões e ficou 20% abaixo da expectativa. “Apesar dos resultados mais fracos do que o previsto, avaliamos que os investidores provavelmente ignorarão a perda devido à natureza pontual e contábil do ajuste, referente à depreciação cambial na Argentina.”:
No CAC (América Central e Caribe), o ritmo da recuperação de rentabilidade foi mais lento do que o previsto. A divisão registou um crescimento de volume de 8% em um ano (aproximadamente em linha com as nossas estimativas), com uma dinâmica melhor na República Dominicana, particularmente no nicho premium.
No Canadá, os volumes e o custo decepcionaram em 2% e 6%, respectivamente, resultando em Ebitda ajustado 11% inferior ao esperado.
Veja a lista completa Best in Class por aqui.