Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são títulos emitidos no Brasil e lastreados em ativos estrangeiros, principalmente ações, que oferecem aos investidores locais acesso ao mercado global, possibilitando a diversificação da carteira e a exposição a grandes e renomadas companhias estrangeiras. Além disso, o universo de ativos disponíveis para escolha nos BDRs é relativamente maior do que o das ações da bolsa brasileira, com 842 BDRs atualmente em comparação com 402 empresas listadas na B3.
Nos últimos 10 anos, o volume total mensal negociado em BDRs apresentou um aumento significativo, consolidando em março de 2018 um montante de 370 milhões de reais e atingindo 12,4 bilhões em março de 2023. Esse aumento de liquidez e representatividade dos BDRs no mercado nacional, é uma boa indicação do aumento da presença dessa classe de ativos nos portfólios dos investidores. |
O Índice de BDRs Não Patrocinados Global da B3 é um dos principais benchmarks relacionados aos universos de BDRs e representa o desempenho médio dos ativos que fazem parte da carteira teórica do índice. Nos últimos meses, o BDRX tem apresentado uma performance superior aos índices de ações domésticas, ficando à frente de todos os índices da B3 nas janelas de 3 meses, 6 meses, 12 meses e no ano de 2023. |
A performance do índice é reflexo da performance dos ativos que fazem parte de sua carteira teórica, que são selecionados e ponderados pela própria B3. Entre os ativos com maior peso na carteira teórica do índice, destacam-se a Apple com 12,14%, a Microsoft com 9,7%, a Alphabet (controladora do Google) com 5,92% e a Amazon com aproximadamente 5%. Abaixo dessas, há outras empresas com menos de 1% no índice. |
O índice é um indicador importante para entender a performance de um grupo de ativos ou setor, mas muitos ativos podem ter um desempenho muito superior ao índice. No ranking das 20 melhores performances em 2023, destacam-se empresas como Redfin, Nvidia e Meta, que apresentaram valorizações significativas.
O BDR da Redfin (atuante no setor de imóveis) teve uma performance de +91,26% apenas neste ano, e dobrou seu valor ao longo de um período maior, apresentando uma valorização de +100,5%. A Nvidia, empresa líder em tecnologia e inteligência artificial, também apresentou valorização de 78,4% neste ano e dobrou seu valor nos últimos 6 meses. Em terceiro lugar, as empresas e aplicativos mais presentes nos smartphones, como a Meta (controladora do Instagram e Facebook) e o BDR do Spotify, com valorizações de 69,7% e 60,3% neste ano, respectivamente |
No entanto, também há destaques negativos no ano de 2023. O setor bancário foi diretamente impactado pelo evento do Silicon Valley Bank, derrubando seus pares ao redor do mundo. O BDR que mais desvalorizou foi o do First Republic Bank, com queda de 87,4%, seguido pelo BDR do Credit Suisse, com queda de 72,8%. Na mesma lista, temos BDRs da Charles Schwab e Banco Inter, ambas também atuantes no setor bancário, com desvalorizações de 37,8% e 27,5%, respectivamente.
Os BDRs das farmacêuticas também apresentaram destaque negativo no ano de 2023. BioNTech, Moderna e Pfizer, que foram destaques durante o período de pandemia, apresentaram queda forte, com desvalorizações de 26,9%, 25,9% e 25,3%, respectivamente. É importante destacar que as flutuações de valor dos ativos podem ocorrer por diversos fatores, como eventos externos, desempenho financeiro da empresa e perspectivas de futuro. |
Os dividendos e proventos são uma forma de remuneração para os investidores que possuem ações de uma determinada empresa. No caso dos BDRs, os investidores também podem receber esses rendimentos, o que viabiliza o cálculo do dividend yield atual. Alguns BDRs pagaram mais de 10% de rendimentos nos últimos 12 meses, como é o caso do BDR da Ecopetrol, Lumen e Natwest Group. |
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