Caro Investidor!
Para quem investe em BDRs, a modalidade tem se mantido em um bom patamar. Em novembro, o BDRX passou por fortes avanços e superou o patamar de 22.700 pontos. Para o mês de dezembro, a expectativa é de que o índice continue o cenário de altas em busca das regiões de 24.300 e 28.300 pontos.
Para a XP Investimentos, o mês passado foi positivo para as bolsas globais, impulsionadas pelo fortalecimento das bolsas americanas após a redução da incerteza associada às eleições, vencidas pelo republicano Donald Trump.
“No restante do mundo, porém, o fortalecimento do dólar e preocupações relacionadas à possibilidade de imposição de tarifas provocaram um cenário mais desafiador para as bolsas. O mês foi de queda nas taxas das treasuries, após momento de estresse elevado ante riscos eleitorais.”
Além disso, o mercado ainda se encontra dividido quanto à possibilidade de um corte de 25 bps na reunião de dezembro do comitê de política monetária do FED, e atualmente atribui cerca de 66% de chances de um corte.
O que esperar em dezembro
Para Alex Falararo, CGA, Estrategista de Investimentos do PagBank*, como em sua maioria, os BDRs refletem o mercado americano, ainda está otimista com as empresas americanas que devem continuar performando bem em dezembro, principalmente devido ao cenário de redução de juros pelo FED e também pelo tom menos agressivo de Donald Trump em relação às empresas de tecnologia, sinalizando inclusive um favorecimento a elas.
“Dado que o S&P é em sua maioria tecnologia e o BDRX, apesar de não ter a mesma distribuição do índice americano, ele ainda tem um peso de cerca de 40% em empresas de tecnologia, que são mais sensíveis a juros e tendem a se beneficiar no atual ciclo monetário dos Estados Unidos’, disse Falararo.
Segundo Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, é importante lembrar que os BDRs são uma classe ampla, mas no caso de ações norte-americanas, há dois fatores principais a considerar.
“Primeiro, a bolsa lá fora já está bastante valorizada. Então, é possível que essa tendência de valorização se mantenha em dezembro, mesmo com os preços elevados. O outro fator é o dólar, que captura o momento de aversão ao risco de forma positiva. Muito provavelmente veremos os BDRs subindo enquanto os FIIs continuam caindo. O curioso é que, enquanto os BDRs ficam mais caros, os FIIs, que já estão baratos, tendem a se desvalorizar ainda mais”, afirma.
Já Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, as oportunidades de dezembro seguem com as 7 Magníficas, as Big Techs que, segundo ele, ainda têm espaço para crescer e são atrativas para o investidor que assume o risco. Marinello destaca a expectativa em relação ao novo mandato de Trump.
“Há expectativa em relação de como Trump vai lidar com a economia, as taxações, a política externa. Pode ser que alguns setores da economia dos EUA, com essa visão protecionista do governo Trump se beneficie com isso e então abre oportunidade para se entrar nos BDRs. Além disso, empresas da manufatura podem ganhar com esse protecionismo, já que reduz a entrada de produtos importados”, comenta Marinello.
De acordo com Rafael Lage, analista CNPI da CM Capital, a expectativa é de que os BDR se mantenham em alta no mês de dezembro. “As empresas do setores de Tecnologia e internet são as que mais estão se destacando. Sugiro: TSLA34, MSFT34 e AAPL34”, afirma.
“No retorno das empresas da velha economia nos EUA, que deverão receber estímulos no novo mandado de Trump. Empresas como a Tesla (seu fundador foi anunciado como chefe do Departamento de Eficiência Energética pelo presidente Trump) e NVIDIA que será favorecida pelo aumento do interesse por Criptomoedas”, diz.
Segundo o analista, as empresas continuam a ter bons resultados, a economia americana continua a ter um bom desempenho e o alto grau de diferenciação dos produtos e serviços das empresas que tem BDR listrados na B3, contribui para que seus produtos sendo demandados no mundo todo.
Carteiras
Conforme análise da XP, novembro foi um mês marcado por volatilidade nas taxas das treasuries, que tiveram forte alta na primeira semana com temores relacionados ao fiscal nos EUA, “mas encerraram o mês em queda com sinalizações do novo governo, incluindo a indicação de Scott Bessent para a Secretaria do Tesouro, assim como dados de atividade econômica mais fortes ao final do mês”.
Sobre a política monetária, o FED desacelerou o ritmo de cortes de juros para 25 bps, em linha com as expectativas, e sinalizou que deve reduzir ainda mais o ritmo de afrouxamento das condições monetárias à medida que se aproxima da taxa neutra.
“O risco fiscal, principal responsável pela disparada das taxas das treasuries no final de outubro e início de novembro, deve seguir em foco ao longo dos próximos anos, uma vez que assumiu o posto de principal risco para juros”, comentam os analistas.
Essa imposição de tarifas implica a escalada da inflação doméstica, segundo a XP, que vem não apenas por conta do aumento do custo de importações para o consumidor americano, como também via custos mais elevados de mão de obra.
“No restante do mundo, a possibilidade de tarifas abrangentes é o principal risco associado à vitória de Trump. A temática é atualmente uma das principais fontes de incerteza para a China (que anunciou novos estímulos à economia e tem apresentado dados de atividade melhores) e para a Europa, que enfrenta dificuldades para crescer.”
Ações em destaque da XP:
WarnerBros Discovery (WBD +28,9%): A dona do HBO foi o grande destaque do mês após reportar resultados sólidos, ao reverter o prejuízo do trimestre anterior. O crescimento de assinantes veio acima do esperado e o final da disputa contratual com a NBA também impulsionaram as ações.
JP Morgan e Citigroup (JPM +12,5% e C +10,4%): O setor financeiro tem se destacado como uma das melhores performances das ações nos EUA com a confirmação da vitória de Donald Trump. O movimento acontece por expectativas de menor regulação, maior atividade de M&A, menor taxação e menor exigência de capital regulatório.
PDD (PDD -19,9%): As ações caíram após resultados pouco promissores, com números abaixo da expectativa na receita e no lucro. A queda no crescimento interanual da receita também prejudicou o desempenho das ações, além de riscos de imposição de tarifas pelos EUA em sua plataforma internacional
Recomendações
XP: Alibaba BABA34; AMD A1MD34; ArcelorMittal ARMT34; ASML ASML34; Astrazeneca A1ZN34; Citi CTGP34; Eaton E1TN34; Estee Lauder ELCI34; JPMorgan Chase JPMC34; Microsoft MSFT34; Nike NKE34; PDD PDD; SLB SLB; Warner Bros. Discovery W1BD34.
Itaú BBA: Eli Lilly LILY34, Inter INBR32, J.P. Morgan JPMC34 , Nvidia NVDC34 e Zoom Video Z1OM34.
Genial: Nike (NIKE34); Tesla (TSLA34); Aura (AURA33); Coinbase (C2OI34); Berkshire Hathaway (BERK34).
(*) Disclaimer obrigatório: “As opiniões emitidas são de responsabilidade exclusiva do analista certificado. O PagBank não tem qualquer responsabilidade por tais opiniões.”