O Banco Central (BC) divulgou que as transações correntes foram superavitárias em novembro, US$ 202 milhões, ante déficit de US$ 3,1 bilhões em novembro de 2019. Este foi o sétimo superávit em transações correntes nos últimos oito meses. Essa reversão seguiu a tendência observada nos últimos meses e decorreu das reduções de US$ 2,8 bilhões e de US$ 507 milhões nos déficits em renda primária e serviços. O superávit da balança comercial de bens manteve o nível do ocorrido em novembro de 2019. O déficit em transações correntes somou US$ 12,2 bilhões (0,82% do PIB) nos doze meses encerrados em novembro, ante déficit de US$ 15,5 bilhões (1,02% do PIB) nos doze meses até outubro.
As exportações de bens totalizaram US$17,6 bilhões em novembro, o que representou recuo de 0,9% ante novembro de 2019. As importações de bens totalizaram US$14,7 bilhões, com declínio de 1,1%. No acumulado do ano as exportações recuaram 7,2% e as importações, 13,9%. Com esses resultados, o superávit comercial atingiu US$44,3 bilhões de janeiro a novembro, superior ao superávit de US$35,4 bilhões observado no mesmo período de 2019.
O déficit na conta de serviços manteve tendência de retração e totalizou US$1,8 bilhão no mês, recuo de 22,3% ante novembro de 2019, quando atingiu US$2,3 bilhões. A conta de viagens internacionais permanece evidenciando os impactos da pandemia, com diminuição interanual de 81,9% nas despesas líquidas, para US$144 milhões em novembro de 2020, ante US$792 milhões em novembro de 2019. Destaque-se também, na mesma base comparativa, a redução de 45,7% nas despesas líquidas de transportes, de US$466 milhões para US$253 milhões. A conta de aluguel de equipamentos apresentou despesas líquidas de US$743 milhões, nível semelhante ao de novembro de 2019.
Em novembro de 2020, o déficit em renda primária recuou 73,4% em relação a novembro de 2019 e totalizou US$1,0 bilhão. As despesas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$157 milhões, recuo significativo em comparação com despesas líquidas de US$2,8 bilhões em novembro de 2019. Esse resultado decorreu da combinação de diminuição nas despesas em US$2,2 bilhões, para US$1,7 bilhão; e do aumento nas receitas em US$518 milhões, para US$1,5 bilhão. As despesas líquidas com juros somaram US$881 milhões no mês, retração de 17,0% na comparação interanual, com recuo das receitas e das despesas. No acumulado do ano, o déficit em renda primária totalizou US$35,1 bilhões, 31,3% inferior aos US$51,2 bilhões registrados em período correspondente de 2019.
No mês, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$1,5 bilhão, ante US$8,7 bilhões observados em novembro de 2019. Houve ingressos líquidos de US$1,3 bilhão em participação no capital e de US$200 milhões em operações intercompanhia. Nos doze meses encerrados em novembro o IDP totalizou US$36,3 bilhões (2,44% do PIB), de US$43,5 bilhões (2,86% do PIB) no mês anterior.
Em novembro de 2020 os fluxos líquidos de investimentos diretos no exterior (IDE) apresentaram regressos líquidos ao país (desinvestimentos) de US$1,7 bilhão, ante aplicações líquidas no exterior de US$3,1 bilhões em novembro de 2019.
Pelo sexto mês consecutivo ocorreram ingressos líquidos em instrumentos de portfólio negociados no mercado doméstico. Ingressaram em novembro US$6,8 bilhões, dos quais US$5,4 bilhões em ações e fundos de investimento e US$1,4 bilhão em títulos de dívida. Nos onze primeiros meses do ano ocorreram saídas líquidas de US$14,8 bilhões, ante saídas líquidas de US$2,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Nos doze meses encerrados em novembro as saídas líquidas de investimentos em portfólio no mercado doméstico somaram US$19,1 bilhões.
Reservas internacionais
O estoque de reservas internacionais atingiu US$356,0 bilhões em novembro, aumento de US$1,5 bilhão em comparação ao mês anterior. As operações nos diferentes instrumentos de intervenção no mercado de câmbio – US$400 milhões de retornos líquidos em linhas com recompra e US$787 milhões de vendas à vista – contribuíram em US$387 milhões para reduzir o estoque de reservas internacionais. A receita de juros atingiu US$407 milhões. As variações por paridades e por preço contribuíram para aumentar o estoque, respectivamente, em US$368 milhões e US$895 milhões.