O Banco Central (BC) anunciou que o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 81,1 bilhões em julho. No Governo Central houve déficit de R$ 88,1 bilhões; e nos governos regionais e empresas estatais, superávits de R$ 6,3 bilhões e R$ 790 milhões, respectivamente. No ano, até julho, o déficit primário acumulado do setor público consolidado atingiu R$ 483,8 bilhões; ante déficit de R$ 8,5 bilhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado em doze meses o déficit primário atingiu R$ 537,1 bilhões (7,48% do PIB).
Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 5,8 bilhões em julho, comparativamente a R$ 27,5 bilhões no mesmo mês de 2019, redução influenciada pela evolução mais favorável do resultado das operações de swap cambial (ganhos de R$ 16,3 bilhões em julho de 2020 e de R$ 3,9 bilhões em julho de 2019). Nos últimos doze meses, os juros nominais atingiram R$338,1 bilhões (4,71% do PIB); comparativamente a R$359,1 bilhões (5,07% do PIB) no acumulado até julho do ano anterior.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$86,9 bilhões em julho. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$875,3 bilhões (12,19% do PIB); elevando-se 0,82 p.p. do PIB em relação ao déficit acumulado até junho.
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)
A DLSP alcançou R$4.322,5 bilhões (60,2% do PIB) em julho, aumento de 2,2 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Esse resultado refletiu, em especial, os impactos do déficit primário no mês (aumento de 1,1 p.p.); e do efeito da valorização cambial de 5% (aumento de 1,0 p.p.). No ano, a relação DLSP/PIB elevou-se 4,5 p.p., evolução decorrente, sobretudo, do déficit primário acumulado (aumento de 6,7 p.p.), dos juros nominais apropriados (aumento de 2,5 p.p.), do efeito da variação do PIB nominal (aumento de 0,6 p.p.), do efeito da desvalorização cambial acumulada de 29,1% (redução de 4,4 p.p.) e do ajuste da paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (redução de 0,8 p.p.).
A DBGG – que compreende o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – alcançou R$6.210,0 bilhões em julho, equivalente a 86,5% do PIB, aumento de 1,0 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. Essa evolução decorreu principalmente de emissões líquidas de dívida bruta (aumento de 0,7 p.p.), da incorporação de juros nominais (aumento de 0,4 p.p.), do efeito da variação do PIB nominal (aumento de 0,2 p.p.) e do efeito da valorização cambial (redução de 0,3 p.p.). No ano, o aumento de 10,7 p.p. na relação DBGG/PIB resultou, em especial, das emissões líquidas de dívida (aumento de 5,9 p.p.); da incorporação de juros nominais (aumento de 2,6 p.p.), da desvalorização cambial acumulada (aumento de 1,4 p.p.), e do efeito da variação do PIB nominal (aumento de 0,8 p.p.).