Entre dezenas de outras, uma das diferenças entre o Congresso americano e o nosso é que o de lá procura segurar os gastos, defendendo o contribuinte, e o daqui está sempre tentando aumentar despesas.

Se, por exemplo, a USAF – United States Air Force – quer adquirir 30 caças-bombardeiros Stealth (invisíveis para as telas de radar) as Casas do Capitólio diminuem a compra para, por exemplo, 15 unidades, sempre olhando o lado (e o voto, é claro) do taxpayer.

Já em Brasília as coisas funcionam às avessas.

Digamos que o Planalto envie às cuias assimétricas do outro lado da Praça dos Três Poderes uma medida criando um órgão para defesa da fauna da mata atlântica.

Pois bem, surge um deputado (ou senador) e lasca um jabuti (nome que nossos parlamentares dão a emendas que nada têm a ver com o texto original) aumentando o número de assessores de Suas Excelências.

Passa a proposta do Executivo e o jabuti vai a reboque.

No momento, o governo de transição quer ver aprovada a autorização para furar o texto de gastos com o objetivo de pagar R$ 600,00 de Bolsa Família.

De início, queria que o benefício fosse permanente. Mas agora concorda com quatro anos.

Só que o Centrão quer que o prazo seja de um ou, no máximo, dois anos.

Proteção ao contribuinte? 

Defesa da austeridade?

Nada disso!

O que os parlamentares que formarão a base do novo governo (muitos deles os mesmos que sustentaram a administração atual) querem é que daqui a 12 ou 24 meses Lula tenha de sentar-se com eles para tratar da custosa (nos dois sentidos do adjetivo) renegociação.

Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações.

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