Controlado da JBS, Banco Original mira em 2021, e registra domínio open banking

 

O Banco Original teve um desempenho melhor do que o esperado na segunda metade do ano passado. O crescimento da área de varejo tem sido robusto e o faturamento do segmento superou o do atacado pela primeira vez, enquanto o banco começa a colher os frutos de outras iniciativas de diversificação de receitas.

De acordo com o Valor Econômico, depois de registrar prejuízo líquido de R$ 220 milhões no primeiro semestre, o resultado negativo diminuiu para R$ 29 milhões na segunda metade do ano passado. Uma espécie de “Ebitda ajustado”, que consideraria puramente o resultado operacional, passou de negativo em R$ 33 milhões para positivo em R$ 61 milhões.

“Em 2018 optamos por ser um banco completo, o que motivou fortíssimos investimentos em tecnologia, e enquanto o varejo não se rentabilizava, aproveitamos a estrutura de APIs para atuar com banking as service (BaaS), e agora isso tudo começa a produzir efeitos práticos”, diz o presidente do banco, Alexandre Abreu.

Controlado da JBS, Banco Original mira em 2021, e registra domínio open banking

Original

Ele acredita que o Original deve registrar lucro em 2021, com resultado melhor no segundo semestre. “Não quero arriscar e dizer que já estamos trabalhando no lucro neste trimestre, mas os primeiros números de 2021 são muito bons.”

Da margem financeira de R$ 414 milhões no segundo semestre, R$ 194 milhões vem do banco de varejo, que pela primeira vez passou o atacado (voltado para empresas com faturamento de R$ 300 milhões a R$ 1,5 bilhão), com resultado de R$ 179 milhões. Outros R$ 33 milhões vem do BaaS, R$ 8,3 milhões de produtos para não correntistas e R$ 600 mil do banco do banco digital para pequenas empresas, lançado em setembro.

Banco

No banco de varejo, já são 4,1 milhões de clientes, com crescimento de 36% sobre 2019. A carteira teve expansão de 84%, para R$ 1,6 bilhão. Neste ano, a estimativa é chegar a 6 milhões de clientes e mais do que dobrar a carteira, a R$ 3,5 bilhões. No atacado, a carteira caiu 3% em 2020, a R$ 6,1 bilhões, e a expectativa é que fique estável este ano este ano.

Na operação para não correntistas, criada em meados do ano passado, já foram realizadas 5,5 mil operações de crédito e emitidos mais de 4,1 milhões de cartões híbridos. Do total de cartões do Original, quase 25% do faturamento já vem de clientes de fora da base, enquanto no crédito o percentual oscila entre 10% e 20%.

Produtos

Por enquanto, esses produtos são oferecidos apenas para clientes da PicPay, com quem o Original divide o mesmo controlador, a holding J&F, da família Batista.

Sobre os efeitos da pandemia, o CEO do banco diz que a inadimplência deve subir, mas ainda sob controle, voltando para patamares mais normais. “Estou prevendo sim fortes repactuações este ano, orçamos provisões maiores.” Segundo Luiz Giacomini, head de RI e tesouraria, “dos créditos que foram prorrogados, 92% já voltaram e estão pagando em dia”. A inadimplência no Original terminou dezembro em 3,9%, abaixo da média do mercado, de 11%, considerando as linhas nas quais opera.

IPO

Sobre o IPO da PicPay, que deve ocorrer neste semestre na Nasdaq, Abreu afirma que as instituições são separadas e o Original não ficará com nenhuma parte do dinheiro levantado. Já sobre um eventual IPO do próprio banco, ele diz que no fim do ano a instituição deve se firmar com lucro e seria bom ativo a ser colocado no mercado.

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