O Banco do Brasil (BBSA3) comprou 23,3 mil créditos de carbono, no valor de R$ 1,2 milhão, de um empreendimento suspeito de grilagem e fraudes no Amapá e no Pará, apurou o jornalista Vinicius Sassine da Folha de S.Paulo.
Segundo o veículo, a compra foi feita em maio de 2023 e serviu para compensações de emissões de CO2 da instituição pública, relacionadas, por exemplo, a geração de lixo e combustão por carros.
O Banco do Brasil pagou, conforme a apuração, R$ 51,30 por cada um dos 23.391 créditos de carbono gerados pelo projeto Jari Amapá, desenvolvido na Amazônia oriental.
O projeto tem como proponentes a Jari Celulose e a Biofílica Ambipar, uma empresa especializada no mercado voluntário de créditos de carbono.
A Jari e a Ambipar (AMBP3) também são parceiras em um empreendimento vizinho, o Jari Pará, que fornece créditos a diferentes clientes.
O Ministério Público do Pará e o MP do Amapá investigam suspeitas de grilagem e fraudes nos registros de imóvel atribuído à Jari Celulose e atrelado à geração de créditos de carbono.
No Amapá, onde está o projeto que originou os créditos usados pelo Banco do Brasil, uma ação da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) reivindicou, em 2021, a anulação de matrícula de um imóvel rural de 201,3 mil hectares, na região de Laranjal do Jari (AP), divisa com o Pará, colocado em nome da Jari Celulose.
Em nota, o BBSA3 afirmou que os dois projetos não se confundem e que os créditos –gerados no Amapá– estão registrados e válidos na plataforma Verra, com todas as exigências de compliance e verificações, além de atenderem os “requisitos do edital de licitação” do banco.
As informações são da Folha de S.Paulo.