A partir desta edição, o Boletim Logístico produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) passa a contar com as informações do mercado de frete das principais rotas utilizadas pelos produtores da Bahia para o escoamento da produção de grãos no estado. Os dados são coletados a partir de pesquisas efetuadas pelos técnicos da estatal.
De acordo com a pesquisa, os valores praticados em março deste ano tiveram aumento superior a 30% quando comparado a fevereiro, praticamente em todas as rotas analisadas. Apenas os trajetos de Paripiranga a Feira de Santana e de Irecê a Santos registraram uma elevação em índices inferiores, sendo 29% e 5% respectivamente. A alta é influenciada pelo aumento da demanda por caminhões, devido ao avanço da colheita da soja e do milho, e pela elevação dos preços dos combustíveis. De acordo com análise dos técnicos da Conab, esse comportamento de preços mais firmes, tende a se manter em abril.
Os maiores aumentos foram registrados nas rotas envolvendo o município de Luiz Eduardo Magalhães. Até o final de março a safra atual de grãos já estava com cerca de 51% da produção colhida. Já no extremo oeste do estado baiano espera-se boa produção de soja e milho, estando a colheita da oleaginosa evoluindo para cerca de 75% da área cultivada, e a do cereal para cerca de 17%.
“Nesta safra, já se observa fortes contratações para o milho que é consumido principalmente na região de Irecê, com uma parte também sendo escoada para Pernambuco e Feira de Santana visando atender ao mercado atacadista e granjeiro. À medida em que a colheita for se intensificando, a demanda por frete na região tenderá a aumentar”, reforça o superintendente de Logística Operacional, Thomé Guth.
Nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os preços dos serviços para remoção dos grãos também tiveram alta em março. A intensificação da colheita dos produtos de primeira safra aliada à dificuldade na disponibilidade dos veículos, tiveram efeito nos valores dos fretes praticados. Se junta a esses dois fatores, também, a alta dos preços do barril de petróleo no mercado internacional, influenciando nos custos dos combustíveis no mercado interno que repercutiu na elevação dos preços do quilômetro rodado dentro do estado. No entanto, em abril a tendência é que haja arrefecimento nos preços em virtude do fim da colheita de soja.
“Em Goiás, março foi um mês com forte movimentação de grãos. Partindo dos cinco municípios de origem da pesquisa, muitas transportadoras operaram com capacidade máxima até por volta do dia 20, embarcando soja para Paranaguá, Baixada Santista e Uberaba. Houve partidas de milho também para exportação, porém em escala menor, saindo de Catalão. Nesse momento, a frota começa a se deslocar para o Mato Grosso, devido aos preços mais atrativos rumo aos portos do norte”, pondera Guth.
No Distrito Federal, o mercado de fretes encontra-se bastante comportado, com uma oferta equilibrada de caminhões, motivada pelo incremento na colheita da soja, acompanhado do aumento de veículos e incremento nos fretes em todas as rotas pesquisadas, quando comparado com o ocorrido em fevereiro. Em contrapartida, no Paraná os serviços de transporte de milho sofreram grande redução devido ao término da colheita na maioria das regiões produtoras, estimando-se que 90% do cereal já esteja nos armazéns. Cenário semelhante ao observado para os valores dos fretes da soja, que também vem reduzindo na maior parte do estado.
Confira mais detalhes sobre o mercado de frete, bem como sobre a movimentação nos principais portos do país, na íntegra do Boletim Logístico. Clique aqui para acessar a edição de abril de 2022.
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