A B3 atingiu, em janeiro de 2022, a marca de 5 milhões de pessoas físicas com contas abertas em corretoras no Brasil. O número se divide entre 1.2 milhão de contas de mulheres e 3.8 milhões de homens, já o número de CPFs únicos é de 4,2 milhões, uma vez que uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.

O avanço no número de contas e CPFs acompanha o crescimento expressivo das pessoas no mercado de capitais. O mais recente levantamento da B3, relativo ao último trimestre de 2021, traz os seguintes destaques sobre o investidor pessoa física:

Os primeiros investimentos das pessoas em renda variável estão sendo feitos com valores cada vez mais baixos. Um movimento que demonstra que a Bolsa pode ser acessada por tipos diferentes de investidores. Em dezembro de 2021, a mediana do primeiro investimento foi de R$ 44, o menor valor observado desde janeiro de 2014.

Aumento de 994% no número de CPFs em Certificado de Depósito de Ações (BDRs), em comparação com o mesmo período de 2020, além do aumento de 150% de valor em custódia, chegando a R$ 8,8 bilhões. Isso demonstra que a pessoa física está com o apetite cada vez maior para acessar ativos no exterior através da B3, de forma segura e sem a necessidade de envio de remessas de dinheiro para fora do país.

Crescimento de 109% em número de novos investidores em Fundos de Índices (ETFs), chegando a 500 mil investidores em 2021. O produto, que possui um conceito maduro em muitos mercados, ainda tem um grande potencial de desenvolvimento no Brasil.

O investimento em ações segue robusto, com aumento de, aproximadamente, 30% no período, chegando a 3,1 milhões de CPFs. Esse movimento reforça uma tendência que vinha se formando desde 2020, quando as quedas na taxa de juros atraíram mais pessoas para a renda variável. Mesmo com as sucessivas altas na Selic, desde o ano passado, o que se verifica é que as pessoas físicas vêm mantendo posições em renda variável e a diversificação em suas carteiras.

‘O mercado de capitais passou a fazer parte da poupança do brasileiro. Conforme a pessoa física vai conhecendo o mercado e entendendo como ele pode ajudar a atingir cada um de seus objetivos, ela se sente mais confiante para continuar realizando investimentos e de forma mais diversificada’, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3.

Retrato de 2021

Nos últimos 12 meses, a B3 registrou um aumento de 1,5 milhão de investidores pessoa física no mercado de capitais, crescimento de 56% na comparação com dezembro/20. Investidores que possuem algum produto de renda variável já representam 32% do total de pessoas físicas – contando renda fixa e renda variável – na B3. Além disso, os 4,2 milhões de investidores pessoa física fecharam dezembro de 2021 com um total de R$ 501 bilhões no mercado brasileiro, um aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2020.

O número total de pessoas físicas na B3, ou seja, levando em consideração renda fixa e renda variável, atingiu 13,1 milhões, crescimento de 23% na comparação com dezembro/20.

No mercado de renda fixa, o Tesouro Direto, que permite o investimento em títulos públicos federais, registrou aumento de 26% no número de investidores, assim como outros produtos de renda fixa, como CDB, LC, LCI, LCA, CRA, CRI, debêntures etc. – que tiveram, juntos, um avanço de 17%, alcançando a marca de 10,1 milhões de CPFs.

Diversificação

No último trimestre de 2021, cresceu ainda mais o número de investidores com produtos além das ações. Em 2016, três em cada quatro pessoas físicas (75%) detinham somente ações. Já em 2021, esse percentual foi de 35%. ‘Isso demostra que os investidores estão experimentando mais o mercado de capitais e diversificando seus investimentos, o que é, sem dúvida, a forma mais segura de administrar uma carteira’, comenta Paiva.

A diversificação está refletida não só na variedade de produtos, como também na quantidade de tickers nas carteiras. Em 2016, 21% dos investidores PF possuíam mais de 5 ativos em carteira. Em 2021, esse número subiu para 37%.

Além disso, ao analisar o nível de diversificação por faixa de saldo em custódia, o levantamento apontou que, nos saldos até R$10 mil, mais da metade da base (52%) tem mais de um ativo em carteira.

Novas safras de investidores

A evolução das pessoas físicas em renda variável deu um grande salto desde 2019. Foi nesse período que 81% dos novos investidores entraram na bolsa do Brasil. Por outro lado, a maior parte do estoque (66%) se concentra em investidores mais antigos, que entraram antes de 2016. ‘De certa forma isso não é uma surpresa, já que os investidores mais antigos possuem mais tempo para acumularem seus investimentos, o que faz com que detenham o maior volume financeiro. Além disso, é importante reforçar que os novos investidores aportam valores menores e constantemente’, explica Paiva.

Os valores iniciais de entrada chamaram a atenção no último trimestre de 2021. Em janeiro de 2021, as pessoas físicas começavam seus investimentos com valores por volta de R$ 1.500. No final do ano, os novos investidores fizeram alocações iniciais a partir de R$ 44, o menor valor observado desde janeiro 2014, já o saldo mediano em carteira, fica em torno de R$ 3 mil, o que demonstra que as pessoas entram com pouco, mas acumulam com o tempo.

Renda fixa

No Tesouro Direto, o aumento foi de 11% no estoque em relação ao mesmo período de 2020, chegando a R$ 76,7 bilhões. Além disso, em dezembro de 2021, o número de investidores únicos nas modalidades de TD chegou a 1.8 milhão, um crescimento de 26% ante aos cerca de 1,6 milhão registrados no final de 2020.

Em relação aos investimentos em produtos como CDB, RDB, LC, LCI, LCA, CRA, CRI, debêntures, Notas Comerciais e Letras Hipotecárias, a B3 atingiu 10,1 milhões de pessoas físicas em dezembro de 2021. Em relação ao final de 2020, observa-se um aumento de 17% no número de investidores, já que a bolsa registrava 8,7 milhões de CPFs na ocasião.

O saldo desses investidores avançou 24% – de R$ 843,6 bilhões, em dezembro de 2020, para R$ 1.046,1 bilhão (ou seja, mais de um trilhão de reais) no mesmo mês de 2021.

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é o principal produto de renda fixa na carteira das pessoas físicas. São 7,2 milhões de PFs em CDBs e um saldo de R$ 490,2 bilhões. Em relação ao final de 2020, observa-se um aumento de 18% de pessoas físicas no produto.

Os Recibos de Depósito Bancário (RDBs) estão em segundo lugar no gosto do investidor individual por produtos de renda fixa, com 2,4 milhões de CPFs. Na sequência estão produtos isentos do imposto de renda e que costumam oferecer rendimentos superiores aos da Poupança: Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), com 1 milhão de pessoas físicas, e as Letras de Crédito do Agronégocio (LCAs), com 700 mil PFs.

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