O preço do azeite de oliva, que disparou no Brasil a partir de 2023 devido a uma seca na Europa, pode finalmente começar a cair em 2025.
A escassez de matéria-prima causada pela seca afetou as colheitas de azeitonas. Consequentemente, isso afeitou a produção de azeite, o que gerou um aumento nos preços nas prateleiras mercado brasileiro.
Por que o azeite está tão caro?
A produção de azeite no Brasil depende da importação da Europa, com destaque para Portugal e Espanha, que juntos representam 58% das importações nacionais.
A escassez de azeitonas nos últimos dois anos foi impulsionada por condições climáticas atípicas, como altas temperaturas e longas secas no verão europeu.
Em 2023, a produção na Europa sofreu uma queda de 40%, mas a boa notícia vem de 2025: a colheita de azeitonas nesta safra promete aumentar no próximo ano.
Leonardo Scandola, diretor comercial da empresa italiana de azeite Filippo Berio, afirma que a produção de azeite na bacia do Mediterrâneo aumentará 29% nesta safra, em comparação com o ciclo anterior.
A Espanha, maior produtora mundial de azeite, lidera esse crescimento com um aumento de 50% na produção. Assim, a produção deve aliviar a escassez e a pressão sobre os preços.
Expectativa de redução dos preços no Brasil
Esse aumento na produção europeia já está impactando os preços internamente. Somente em novembro, os preços do azeite na Espanha caíram 20%, o que deve refletir no mercado brasileiro nos próximos meses.
No entanto, o impacto não será imediato.
Scandola destaca que, devido ao estoque adquirido por importadores brasileiros a preços mais altos, a redução dos preços no Brasil deve ocorrer somente após a Páscoa. De acordo com ele, haverá uma possível queda superior a 20% em relação aos preços atuais.
Carlos Eduardo de Freitas Vian, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), também aponta que, apesar da previsão de queda, a queda nos preços afetará o Brasil a partir de meados de 2025.
“Até esse produto passar por todo o processo logístico, chegar no Brasil, chegar na gôndola, demora”, afirmou Vian.
Impacto do clima instável na produção do Azeite
Assim, nos últimos dois anos, a produção de azeite na Europa foi impactada por condições climáticas extremas, incluindo secas prolongadas e altas temperaturas que afetaram a colheita das azeitonas.
Leonardo Scandola, diretor comercial da empresa italiana de azeite Filippo Berio, explica que o clima da Europa passou por mudanças drásticas. Com verões mais quentes e secos, alterando o padrão climático que era mais estável e favorável à produção agrícola.
A colheita de azeitonas é anual, assim sendo, as possibilidades de recuperação imediata para os agricultores são limitadas.
Com a recuperação climática, a produção na Europa tem mostrado sinais de melhoria. Como resultado, isso tem gerado uma expectativa positiva tanto para os produtores quanto para os consumidores em 2025.