Em maio, a China impôs tarifas de 80,5% sobre a cevada australiana, alegando que o produto estaria sendo vendido a preços baixos sustentados por subsídios governamentais. A Austrália rejeitou a afirmação e apelou diretamente às autoridades chinesas para reverterem as tarifas, o que foi rejeitado. As vendas australianas de cevada à China geravam cerca de US$ 1 bilhão por ano antes de Pequim impor tarifas, segundo a empresa de análise IHS Markit.
“O próximo passo é apelar à OMC pela cevada”, disse neste domingo o ministro australiano do Comércio, Simon Birmingham. Segundo o ministro, o governo está conversando com a indústria local de grãos e outros setores para avaliar se há apoio para registrar uma reclamação. “Se você defende o sistema baseado em regras, também deve usar esse mesmo sistema, o que inclui fazer denúncia quando se considera que as regras foram violadas e chamar o árbitro internacional para ajudar a resolver as disputas”, disse Birmingham.
A disputa comercial entre os dois países começou em abril, quando a Austrália buscou o apoio de líderes europeus para investigar se a resposta inicial de Pequim à disseminação do coronavírus contribuiu para a pandemia. Muitos parlamentares e economistas australianos veem as tarifas como uma retaliação chinesa à iniciativa.
Dias antes de as tarifas da cevada entrarem em vigor, em maio, a China havia informado a suspensão de importações de carne bovina de quatro exportadores australianos, citando irregularidades no sistema de inspeção e na adoção de quarentena. Desde então, os atritos comerciais aumentaram e os chineses estenderam restrições a outros produtos. Na sexta-feira, foram impostas tarifas antidumping sobre importações chinesas de vinho australiano. Novamente, a Austrália negou que venda produtos abaixo do custo no mercado internacional. Fonte: Dow Jones Newswires.
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