Há seis anos atrás, em leitura realizada num importante jornal, reforçada em noticiário televisivo, houve o destaque para a pressão do governo em fazer com que a Petrobras não aumentasse o preço do seu produto.

A estatal passava por momentos complicados conforme a reportagem, primeiramente ia vender uma subsidiária sua no Chile para uma grande empresa Chinesa, e fundir empresas suas controladas para tentar reverter a necessidade de ganho. Sabia-se que ela poderia ganhar quase dois bilhões ao mês se já aumentasse seus preços, admitindo uma potencialidade de resultados que chegaria a cerca de mais de quatorze bilhões (embora já o seu balanço tivesse fechado bilionário no primeiro semestre daquele ano).

Claro que a razão, naquela época, para o ministério da fazenda não aceitar o crescimento dos preços, era a inflação derivada, que estava entrelaçada com todos os produtos que deviam ser transportados por meio rodoviário (o mais usado no país).

Se o preço do combustível sobe, a maior parte dos produtos vai subir também, de modo que tenhamos aumento dos preços, e, portanto, uma perda de compra da maioria da população (o preço aumenta e compramos menos coisas com o aludido).

Tudo é transportado, seja via correios, seja com fretes normais em veículos pequenos ou grandes, estes necessitam de gasolina, diesel, e álcool, derivados do petróleo, portanto, crescendo o combustível, todas as mercadorias assumirão este valor de custo, nos seus preços finais.

Entendamos, por exemplo, uma empresa que fornece bens de consumo (comida, material higiênico, produtos em geral) como um supermercado: como ficará mais caro transportar, seu custo vai crescer, o que levará a preços mais altos. Logo, o aumento do produto da estatal brasileira faz a inflação acelerar, mesmo com certo controle, todavia, não há crescimento bom e razoável com inflação alta.

O país depende da matéria-prima de combustível.

Toda a mercadoria, produto, ou serviço, que chega em nossas mãos, são transportados por veículos, estes necessitam dos derivados do petróleo para a locomoção, com o crescimento do combustível, os custos variáveis aumentam sendo repassados ao consumidor.

Portanto, os postos de gasolina, indústrias, e os comércios, sempre se preparam para esta nova “chegada” do aumento de preços, de modo que os valores sejam acrescidos nos custos ligados à formação do preço de venda, ou alterem o seu ponto-de-equilíbrio lucrativo nos valores ou unidades.

Quanto crescerá um preço destes gera uma expectativa. É importante que não coloquemos as margens rapidamente ou drasticamente para cobrir os custos variáveis, mas que sejam tomadas outras medidas até a sua adequação no mercado, como aproveitamento da capacidade, estratégias de estoques, produtividade de custos, economia de gastos fixos, promoções, e outros meios para não decrescer o volume de vendas, pois, o consumo de alguma maneira vai diminuir, e o correto em gestão, é manter o consumo mais ou menos equilibrado, para que o empreendimento não venha a perder o seu giro e circulação normal dos seus estoques.

Enquanto isso se cogitava naquele tempo, ainda que a estatal brasileira se mantivesse cortando custos e vendendo ativos, o empresário e comerciante tinha que administrar bem as suas finanças e patrimônios, gerando reservas para se preparar futuramente para o crescimento dos custos variáveis, e um aumento pequeno, mas considerável, da inflação e seus preços de vendas.

Estas informações acima, foram publicadas por nós em seis anos atrás, o que muito aconteceu com a petrolífera nacional, e muita coisa mudou na política econômica daquele ano (2015).  

Hoje no pós crise da pandemia, temos um aumento dos preços do combustível que ao que parece, não tinha razão de ser.

O combustível estava chegando em alguns lugares a mais de R$ 6,00, contudo, sem aumento do valor de mercado (e muitas quedas devido ao problema da crise, que faz o preço do barril cair).

O presidente fez decisão acertada em destituir o diretor da estatal, porque segundo falou com a empresa, havia um tipo de regalia, não apenas com salários da cúpula, mas com decisões não acertadas.

Um aumento injustificado no combustível, faz aumentar todos os preços dos produtos, especialmente os de circulação, de tal maneira que os impostos sejam maiores em volume, embora gere com isso uma queda no consumo normalmente, além de desemprego pela queda dos lucros.  

A situação do Brasil perante o mercado internacional não é tão ruim, sabemos que o volume do produto interno nosso é maior que o dos países da América do Sul, e temos grande volume de produção, o que não se explica a razão do aumento.

A instabilidade política que assola o país prejudica os mercados dos preços dos combustíveis também, todavia, ela é mais gerada por grupos ideológicos do que pela política econômica, que vêm seguida dentro dos maiores rigores técnicos, embora com uma ou outra crítica, o ministro da fazenda é muito competente para o seu cargo, e tem feito um trabalho ímpar no combate à pandemia e na transferência de recursos econômicos aos que mais necessitam (sendo o Brasil o único país a adotar o que chamamos de “auxílio emergencial”, não sabemos como os outros países conseguiram lidar com o desemprego, mas temos informações de países arrasados economicamente que não escaparão facilmente das sequelas sociais do vírus como a Argentina).

Infelizmente os preços que são trabalhados no Brasil, mesmo com a justificativa da contribuição interestadual, são muito maiores que os praticados no exterior pela mesma estatal.

Muitos fatores prejudicam a queda de preços, desde os tributários até mesmo os aziendais, que são derivados do monopólio estatal.

Sabe-se que quanto maior a concorrência melhor a situação do consumo, porque os preços são concorrentes e tendem a cair, todavia, no Brasil no setor de combustível, isso não existe nem na bomba de óleo: há carteis que prejudicam a concorrência, e existe ainda os acordos de grandes grupos, fora o monopólio estatal, isso prejudica a queda dos preços.

Mesmo assim, o administrador da nação, comentou em entrevistas que tinha que haver uma razão para o combustível ser mais alto no país e mais baixo no exterior, o correto era uma nivelação de preços.

Governadores comentam que a possibilidade de redução é impossível, pois, há ainda um esquema tributário e uma guerra fiscal entre os Estados, impedindo a redução dos valores e prejudicando com isso o melhoramento do giro do combustível.

O esquema brasileiro de preços altos de combustível, está dando um alerta vermelho para a real falência do sistema de carro familiar. Infelizmente.

Sabemos que se cair o valor do combustível, o consumo aumenta, mas nenhum setor econômico estatal apresentou algum estudo de queda dos valores fiscais desta matéria-prima com o aumento do consumo, o que seria interessante para melhorar os preços do combustíveis.

A política de apenas arrecadar com medo de não se ter entradas financeiras é mais perigosa que a de reduzir para oscilar a entrada financeira, visto que ela é garantida pelo potencial de consumo que aumenta com a queda das alíquotas.

O que se quer naturalmente é uma solução para que não haja nova inflação derivada dos preços, considerando menos valores e ainda um preço justo do combustível, claro que ainda é uma situação polêmica e complexa no país, no entanto, podemos dizer que tende a se resolver, sendo a primeira ação de resolução, a mudança da direção da petrolífera nacional, com novos diagnósticos e possivelmente novas alterações na política gerencial e administrativa da empresa brasileira.

Esperamos que se resolva prontamente esta situação para não se assoberbar os preços (que estão também controlados por taxas de juros menores), com quedas importantes dos preços que deveriam ser gerenciados a valor de custo e de mercado, e não somente de mercado, com uma assimetria entre o que se vende para o exterior e o que se vende nacionalmente, sem contar que os salários mais bem controlados e uma administração mais bem rigorosa, favorecerão prontamente que se segure a inflação neste tempo de meado de crise, embora possamos dizer que muito ainda deverá ser feito neste setor, e as patologias não se sanarão da noite por dia, na empresa nacional que mais fora saqueada nos últimos anos.

Cremos que se fosse em anos atrás, nada seria feito administrativamente, justificativas eram produzidas naturalmente para salvar erros graves de panelas partidárias, políticas, e ideológicas, conquanto naquele período sofremos muito mais que neste –  mesmo com a crise atual, que é biológica e social, e não econômica e nacional -, cujas soluções ao menos, de maneira racional, foram feitas prontamente em curto espaço de tempo.

Esperaremos o andar da carruagem e o que poderá ser realizado em matéria de melhoramento desta política econômica tão necessária ao nosso país, tão grave, e tão importante também, que altera o valor do bolso e da mesa de todos os brasileiros.  

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