🌎 CENÁRIO EXTERNO

Dobrando a meta

Mercados

Mercados asiáticos encerraram a semana em tom positivo, com destaque para a sessão de recuperação das bolsas chinesas após semana marcada por baixas relevantes. Na zona do euro, índices de mercado amanheceram com leve viés de alta: o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de todo o continente, registra queda de cerca de 0,7% até o momento. Do outro lado do Atlântico, índices futuros em NY também ensaiam uma abertura favorável para as bolsas americanas (S&P 500 fut: +0,2%), enquanto o dólar (DXY) opera estáveis contra seus principais pares. Na fronte das commodities, ativos têm manhã predominantemente positiva. O petróleo (Brent Crude – ICE) salta 1,8%, negociado próximo dos US$ 63,00/barril, enquanto equipes especializadas tentam de maneira incansável desbloquear o canal de Suez após cargueiro encalhar e impedir o transporte por uma das principais rotas de comércio marítimo do mundo.

Dobrando a meta

Ativos de risco globais iniciaram o dia em tom positivo, com melhora das expectativas com a retomada econômica global impulsionando ativos cíclicos após o presidente dos EUA, Joe Biden, dobrar a meta de vacinação de seu governo de 100 para 200 milhões de doses em 100 dias. O Federal Reserve também auxiliou na melhora de humor do investidor, ao anunciar que irá retirar, a partir do dia 30 de junho, as restrições de distribuição de dividendos e recompra de ações impostas durante a pandemia sobre a maioria das instituições financeiras. No pano de fundo, juros futuros voltaram a subir após um leilão fraco de títulos com vencimento em 7 anos (o rendimento médio das treasuries de 10 anos opera em alta, próximo de 1,66% a.a.) nesta 5ªfeira, e o dólar opera estável após semana forte para a moeda americana.

Economia alemã

O índice Ifo de clima de negócios – importante indicador de confiança na principal economia europeia – avançou para 96,6 em março dos 92,7 pontos registrado em fevereiro, efetivamente pintando um quadro favorável para a economia alemã nos próximos meses. A satisfação da classe produtiva do país com a situação corrente cresceu consideravelmente no mês, principalmente no setor de serviços, onde um otimismo cauteloso tomou conta dos empresários pela primeira vez desde outubro – naturalmente, o setor segue sendo o mais prejudicado pelo recrudescimento da pandemia. Na indústria, as expectativas estão as mais otimistas desde novembro de 2010 segundo a pesquisa, com a demanda por bens manufaturados avançando consideravelmente no período. Por fim, o comércio também registrou uma melhora significativa das expectativas; apesar de que, em geral, os negócios ainda encontram dificuldades em meio à manutenção de medidas restritivas.

Mais agenda

Como principal item da agenda desta 6ªfeira, os dados de renda e gastos pessoais de março nos Estados Unidos saem às 9h30, acompanhados pelo deflator dos gastos pessoais (PCE) – medida de inflação perseguida pelo Federal Reserve – e o resultado da balança comercial americana em fevereiro. Às 11h, o investidor recebe o índice de confiança do consumidor de março, publicado pela Universidade de Michigan, nos EUA. Por fim, às 22h30, o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês) divulga dados de lucros corporativos em fevereiro.

CENÁRIO BRASIL

Brasil: Congresso aprova orçamento “fictício”

Congresso aprova Orçamento

O Congresso nacional finalmente chancelou o Orçamento de 2021 – a aprovação geralmente ocorre antes da virada do ano. O projeto orçamentário contempla um montante recorde de emendas parlamentares, usadas pelos congressistas para direcionar recursos aos seus respectivos redutos eleitorais. O aumento de R$ 20 bi para R$ 49 bi foi uma concessão do governo para facilitar a aprovação da proposta. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o Orçamento foi criticado por técnicos legislativos que chamaram o projeto de “peça de ficção” por subestimar ou adiar despesas obrigatórias, como as aposentadorias e o abono salarial, para que o espaço destinados às emendas fosse expandido. O projeto, além de respeitar o teto de gastos, agora segue para sanção presidencial.

Empresários querem comprar vacina

Vários empresários brasileiros estão pressionando o governo federal para que seja liberada a compra de vacinas por entidades privadas. As regras atuais só permitem doações para o SUS, além de preveem que, após o término da imunização dos grupos prioritários (72 milhões de pessoas), as empresas poderão vacinar os seus próprios funcionários mediante uma doação de 50% das doses compradas para governo federal. Vários nomes de peso (Washington Cinel, Gocil; Flavio Rocha, Riachuelo; Luiz Carlos Trabuco, Bradesco; Luciano Hang, Lojas Havan e Carlos Wizard, Sforza) foram a Brasília se reunir com autoridades – como os presidentes do Legislativo Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – em tentativa de liberar a compra e vacinação imediata dos seus funcionários.

Guedes e Nelsinho Trad apoiam compras

O ministro Paulo Guedes (Economia), ao comentar uma compra ilegal no exterior feita por empresários de MG; demonstrou apoio à flexibilização das regras atuais de compra de vacinas com isenções tributárias como incentivo para as doações que sejam feitas ao SUS. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) também se posicionou a favor da flexibilização; defendendo que a obrigação de doar 50% das vacinas seja “um pouco menos”; para que o empresariado possa “vacinar sua massa laborativa” e “tirar esse pessoal das costas do SUS e retoma a economia”.

Aumento do auxílio

Durante uma audiência no Senado, o ministro Paulo Guedes (Economia) se posicionou favoravelmente a um eventual aumento do valor distribuído pelo auxílio emergencial (atualmente entre R$ 150 e R$ 350), desde que haja uma contrapartida fiscal. Guedes também criticou a atitude de parlamentares que agora buscam um aumento para R$ 600; mas que nunca antes criticaram o valor do Bolsa Família, que tem valor médio de R$ 200. Segundo o ministro, o valor do BF poderia ter sido dobrado se o Estado brasileiro tivesse “fechado ou vendido estatais que davam prejuízo”.

Na agenda

Em dia de agenda morna, os destaques ficarão com as estatísticas do setor externo em fevereiro; divulgadas pelo Banco Central, e a definição da bandeira tarifária pela Aneel (ambos às 9h30).

E os mercados hoje?

O otimismo com a recuperação da economia mundial promove mais uma manhã favorável para ativos de risco ao redor do mundo. Como principal driver para o otimismo está o anúncio de Joe Biden; de que os EUA estariam dobrando a sua meta de imunização de 100 para 200 milhões de doses em 100 dias. Em território nacional, o mercado acionário se beneficiou da boa dinâmica externa, a aprovação do orçamento – mesmo que com diversas ressalvas – e das falas de Roberto Campos Neto, presidente do BC, que reforçou que vê a Selic terminando o ano ainda em patamar estimulativo à economia. Não obstante, os movimentos no mercado de juros e o câmbio seguiram evidenciando a fragilidade dos fundamentos econômicos do Brasil; onde a situação crítica da pandemia e a pressão por mais gastos é uma ameaça constante. Desta forma, acreditamos que o mercado poderá continuar se beneficiando do exterior, principalmente da manhã forte para as commodities; mas sem descartar a expectativa de elevada volatilidade ao longo do dia.

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