Confira a análise da Ativa referente aos resultados do 3T22 divulgados pela BrasilAgro (AGRO3).

A Brasil Agro apresentou um resultado trimestral em linha com as estimativas da Ativa. A receita continua forte em função do momento favorável das culturas agrícolas, sobretudo dos grãos e da cana de açucar.

A forte queda t/t se deve ao fato de não terem ocorrido vendas de fazendas no trimestre. Os destaques com vendas de produtos foram as operações de soja, milho e cana-de-açúcar, que tiveram preços e produtividade favoráveis.

Segundo os analistas da Ativa, os destaques negativos ficaram com as culturas de feijão e algodão, que tiveram queda significativa de receita em função de quebras de safra e estratégias de plantio.

Apesar da resiliência dos preços dos grãos, os custos também aumentaram significativamente, sobretudo com frete, armazenagem, operação recém-adquirida na Bolívia, e comissões advindas da venda, no ano passado, da fazenda Alto Taquari.

Com efeito, houve queda de EBITDA de 26% na visão YoY, juntamente com queda de 18,6pp na margem EBITDA pelos mesmos fatores.

Vendas de soja, milho e cana-de-açúcar:
A receita líquida de vendas de produtos agrícolas cresceu 90% YoY, em razão de aumento de receita com venda de soja (+208% YoY), milho (+36% YoY e cana-de açúcar (+14% YoY).

Os três produtos foram os destaques em produtos agrícolas no período, devido à alta expressiva de preços desses produtos no mercado internacional, mas também devido ao aumento de volumes de venda de soja.

Desempenho do feijão e algodão:
A receita com vendas de feijão caiu 53% YoY, sendo, juntamente com o algodão, cuja receita caiu 89% no período, os produtos de destaque negativo no trimestre.

O resultado fraco do feijão se deve a condições climáticas que afetaram o plantio do grão dentro da janela ideal, impactando negativamente a qualidade do produto.

O algodão, por sua vez, teve queda de receita em função da redução de 23% da área plantada e consequente redução do volume produzido, além das condições climáticas, que ocasionaram quebra de safra.

CPV e despesas com vendas:
Apesar da alta expressiva da receita e das margens, a companhia também sofreu com alta de custos. O CPV de soja e milho, por exemplo, subiram 60% YoY e 190% YoY, respectivamente. no período devido ao aumento de custos de fertilizantes, defensivos, frete e taxa de câmbio.

O aumento de custos ocasionou queda de 11 p.p. na margem bruta YoY. Além disso, as despesas com vendas subiram 189% YoY devido aos custos com a operação recém-adquirida na Bolívia, aumento de custos com frete e armazenagem, além de comissionamentos pela venda da Fazenda Alto Taquari. O aumento das despesas levou à queda de 18pp na margem EBITDA YoY e queda de 26% no EBITDA YoY.

Visão da Ativa sobre o resultado

Segundo os analistas da Ativa, a Brasil Agro apresentou um resultado trimestral que corrobora a tese de investimentos. A empresa tem aproveitado o bom momento do setor, com a alta dos grãos, para pagar dividendos e vender fazendas a preços atrativos.

“No entanto, acreditamos que o ciclo de grãos atualmente encontra-se no pico e que as incertezas relacionadas a altas de custos com fertilizantes e frete devem normalizar a margem da companhia a partir do fim de 2022” Avaliam os analistas.

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