Confira o comentário de André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, sobre o movimento do real contra o dólar após a ata do Banco Central.

O BCB divulgou a ata da sua última reunião e nos parece que o documento reiterou o tom mais cauteloso da Autoridade Monetária (por mais que pese ainda muita incerteza no cenário, por óbvio). Mantemos a projeção de 13,25% de SELIC ao final do ciclo, com mais uma alta de 100 e outra de 50, mas está evidente que o BCB não terá dificuldades em elevar ainda mais se for o caso.

As expectativas de 2022 e especialmente de 2023 estão em alta e não nos parece razoável supor que o BCB irá arriscar não cumprir também a meta no ano que vem. Acreditamos que iremos ver cada vez mais nos comunicados do BCB referências à dinâmica fiscal e as dúvidas que pairam sobre este tema.

Dito isso mantemos também a projeção de SELIC em 10% ao final do ano que vem e uma trajetória de cortes que só deve se iniciar no final do primeiro trimestre de 2023 após ficar claro os planos fiscais do próximo presidente, seja lá quem for.

Chegamos assim ao câmbio.

Com a perspectiva de alta de juros ainda no radar e levando em conta que commodities não devem cair de maneira relevante este ano, o Brasil se torna uma “saída” para estrangeiros que buscam se proteger de inflação e capturar a alta de bens básicos. Neste sentido devemos ver o Real continuar a se apreciar no curto e no médio prazos, podendo reverter o movimento quando atingir suportes gráficos relevantes ou o processo eleitoral criar ruídos adicionais.

No mais seguimos com nossa projeção de R$ 5,00 ao final de 2022.

NECTON | COMENTÁRIO ANDRÉ PERFEITO

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