Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva profrodrigochaves.com.br
A sociedade demorou anos para manter o sistema de administração da riqueza que conhecemos. No sistema social e econômico, temos uma logística que não tem como ser quebrada. Muitas dessas explicações foram mais bem abrangidas pela doutrina aziendalista, ou a economia aziendal.
A doutrina aziendalista começa no empirismo, e a cultura em torno desse fenômeno se forma a partir de 1926 na Itália com Gino Zappa. O princípio aziendal diz que toda a sociedade, para existir materialmente, teve ter células em constantes interligações, e logo estas formam a economia geral, por isso o nome de economia aziendal. O estudo econômico, administrativo, patrimonial das aziendas. Que interpela conhecimentos da organização, do direito, da Contabilidade, da Administração, formando um tipo de estudo aziendal.
O neopatrimonialismo também se embasou no conceito aziendal, visto que uma das bases, além de Zappa foi Besta que comentava abrindo sua obra dizendo que “o mundo das coisas é observado no ângulo de aziendas”. Ou seja, pelas células sociais. A família é uma azienda, a empresa o é, e o Estado também. Todas estão em interligação.
Para o neopatrimonialismo o fenômeno patrimonial acontece no entorno aziendal, e logo, dentro e fora dos continentes da célula social, aqui temos o interno e o externo.
O ambiente externo não pode ser controlado totalmente pela administração, ela só o pode fazer nos limites da técnica e da patrimonialização. Há casos de influência externa que são impossíveis de serem resolvidos inteiramente ou mesmo minimamente pela gestão aziendal ou patrimonial.
A razão que compreende os meios ambientes externos são chamadas de exógenas. Tudo o que vem “de fora” da azienda é pois externo, e provindo da economia, do meio ambiente ou da sociedade.
O caso interessante de dano patrimonial e econômico, provindo da relação exógena a greve dos caminhoneiros.
A logística do suprimento econômico vem do meio rodoviário. Se ele parar acontecem fenômenos patrimoniais que são incontroláveis. Para nós contadores não interessaria o estudo do ambiente em si, mas ele como causa agente dos acontecimentos que interferem no patrimônio.
As consequências não são apenas patrimoniais, mas econômicas e sociais.
Como pode dedutivamente uma ação geral vir a gerar um transtorno tão grande? Isso é explicado pela linha aziendalista que se encaixa na relação exógena do patrimônio.
Primeiro, temos a greve dos caminhoneiros, que levarão remédios, combustíveis, água, alimento, tecnologia, e tudo o que a sociedade precisa.
A paralisação do frete, e do transporte, levará a uma quebra da logística e do aparato técnico de entrega.
Nisto falta alimentos, remédios, recursos, tecnologias, devido à greve.
Os preços então começam a aumentar, porque as unidades e a demanda do mercado cresce desproporcionalmente à quantidade dos produtos no mercado.
Na ausência do produto, a oferta cresce para tentar controlar a demanda, nisso o consumo se refreia, logo, surge a subida dos preços.
Crescendo os preços temos muito mais inflação. E com isso, uma alteração grave dos recursos.
Os supermercados, e suprimentos de logísticas passam a ter capital parado no sentido da produtividade, não há aceleração do giro, há falta de produto pela ausência de abastecimento.
A perda é por hora, e por dia, logo, o prejuízo da nação, por conta do afetamento das aziendas é inestimável, entrando até no caso de Lucros cessantes. Conquanto os danos sociais são maiores, porque as consequências pode gerar até Estados de sitio, guerras internas, desestabilidade política, perturbação democrática, e aumentos de violência.
Demos um exemplo: se caso a polícia não tiver combustível para se locomover, consequentemente os marginais vão agir mais, numa cidade de distritos e com distâncias grandes, será impossível fazer policiamento, aumenta-se o número de crimes.
Consequentemente, se tivermos menos suprimento de remédios teremos logo, hospitais sem os mesmos elementos, o que prejudicará os doentes, os que farão cirurgias, e as emergências hospitalares. Muita gente pode vir a morrer por isso.
As escolas e faculdades param, porque não há uma logística de transporte adequada, e logo, não haverá a manutenção do sistema social pelo sistema econômico.
Podemos dizer que tudo é economia, a riqueza faz parte da vida do homem, tudo é azienda na sociedade, tudo é célula social; gerar consequências nestes fenômenos é prejudicar a vida humana.
Só que a condição que estamos hoje da greve vem de “fora para dentro”. Se na visão aziendalista todas as células são interligadas na produção econômica da sociedade, e o social só se faz com empresas, obviamente uma decisão da azienda maior que é a pública pode afetar todas as empresas e famílias. Logo, a causa é dedutiva e não indutiva. Gerando fenômenos patrimoniais irreversíveis.
O Brasil está se endividando e tendo prejuízo a cada dia que acontece a greve. A improdutividade do sistema parado da economia gera transtornos sociais diretos e evidentes. Destruir a economia, fechar a economia, e transformá-la num círculo torto é prejudicar os seres que dela precisam.
A causa disso sem dúvida é o MONOPÓLIO ESTATAL, no Brasil temos muito Estado e poucas empresas, então, temos MUITO ESTADO e pouca liberdade de mercado, MUITA TRIBUTAÇÃO e pouco desenvolvimento. A política pública é feita para dar prejuízo. Ou para se gastar todo o dinheiro. Os hospitais fechados, as escolas caindo culturalmente tudo pela política do caos e da desordem. Estamos chegando até em níveis de barbárie em regiões que faltam recursos econômicos.
Logo, é uma causa dedutiva porque não há concorrência de preços da gasolina, e do combustível em geral, com isso teremos mais problemas nas aziendas, problemas sociais como dissemos, em cada empresa retração das vendas. Sendo um caso claro que a relação exógena pode ser mais importante na prosperidade do capital, que muitas vezes a gestão interna.
Todo monopólio gera preços inflacionados, e o nosso governo tem dificuldades de ajustar estas políticas por causa da condição mista do monopólio da Petrobras, e ainda, dos problemas internos dos Estados, e igualmente, pela falta de produção que poderia competir com preços menores e melhores.