Após Ibovespa ter alta de 6,00% em março, as carteiras mensais feitas pelos analistas das principais corretoras do país foram divulgadas com suas recomendações para abril. Dessa forma, nós do Acionista compilamos as 3 ações mais recomendadas e suas teses abaixo.
Confira as 3 ações mais recomendadas pelos analistas
Vale (VALE3)
A história de transformação da Vale nos últimos anos tem sido notável, marcando o renascimento de um gigante da mineração. A tragédia de Brumadinho tem exercido forças de choque na gestão para mudar os rumos da empresa. Consequentemente, a segurança e uma agenda ESG mais ampla se tornaram metas primordiais de longo prazo, à medida que a Vale busca restaurar a credibilidade junto à sociedade.
Ainda assim, os analistas estão convencidos de que a Vale permanecerá altamente “amigável aos acionistas” no futuro (esperam um dividend yield de 13%-14% em 2021). Os fundamentos do minério de ferro (oferta e demanda) permanecem fortes, já que a demanda da China continua nos surpreendendo (produção de aço chinesa crescendo mais de 10% na margem) o que tem sustentado os preços do minério de ferro acima de US$ 160/t.
Embora as ações da Vale estejam inegavelmente baratas sob qualquer métrica, os especialistas acreditam que a redução do risco das ações será um processo gradual baseado em três pilares: (i) retorno de caixa; (ii) uma forte recuperação dos volumes e redução dos custos futuros; e (iii) uma percepção ESG que melhora marginalmente (longo prazo). Os analistas percebem a ação sendo negociada a 2,7x EBITDA 2021 (diferença relevante para os pares), e mesmo punindo a ação por vários ângulos em seus modelos ainda veem potencial de valorização.
Desde que a Vale ingressou nas Principais Ações do mês, em junho de 2019, a empresa entregou de valorização maravilhosos 128,90%, contra apenas 21,27% do Ibovespa no mesmo período.
Com isso, quem confiou na tese de longo prazo dos analistas em um momento de muitas incertezas para as ações da companhia, obteve uma bela valorização em uma ótima empresa, geradora de muito caixa, com um retorno 10x superior ao do Ibovespa.
B3 (B3SA3)
A B3 – Brasil, Bolsa e Balcão – é a única bolsa de valores no Brasil, viabilizando as atividades de negociação, pós-negociação, registro, e financiamento de veículos e imóveis.
Na visão dos analistas, os principais drivers para seu crescimento são:
• Forte aumento do volume negociado nos mercados à vista, futuros e derivativos;
• Lançamento de novos produtos, trazendo mais atratividade para o mercado de capitais brasileiros e maior oferta de ativos estrangeiros;
• Além do crescimento do volume negociado, o aumento expressivo do número de investidores (+99% em 2020) deve seguir numa tendência forte.
Desde que a B3 passou a fazer parte das Principais Ações do mês, em dezembro de 2019, a empresa teve uma valorização de 20,00%, contra uma valorização de apenas 7,98% do Ibovespa no mesmo período.
Quanto maior o tempo do investimento, mais o mercado reconhece as boas empresas e paga por elas o que deveria. Nunca se esqueça, o curto prazo é incerto, mas no longo prazo, as cotações convergem para os fundamentos das empresas. Nesse sentido, em um pouco mais de um ano no portfólio, a B3 acumula quase 3x o retorno do índice.
Gerdau (GGBR4)
A diversificação geográfica das operações da Gerdau é uma importante vantagem competitiva, principalmente em um contexto em que as diferentes regiões apresentem perspectivas diversas de recuperação econômica como o atual.
No Brasil, o setor de siderurgia segue com demanda aquecida, com crescimento de 7,3%1 na produção de aço bruto no 1º bimestre/2021 em relação ao mesmo período do ano anterior. O consumo aparente no país atingiu 4,3 Mt no bimestre, um incremento de 25% em relação a 2020. Somado ao aumento de volumes, observa-se a implementação de reajustes de preços, como forma de compensar o aumento de custos de matéria-prima (minério de ferro e carvão), que pode continuar no mês de abril, favorecendo os resultados da Gerdau e o desempenho do papel.
Nos EUA, com o processo de vacinação mais acelerado do que o esperado, as perspectivas de reaquecimento da economia estão otimistas. A produção industrial deverá acelerar no curto prazo, para fazer frente à retomada da demanda de veículos e itens de infraestrutura, cujos estoques estão reduzidos. A indústria siderúrgica no país também está operando a pleno vapor, e a Gerdau já havia antecipado que houve uma intensificação de pedidos feitos pelo setor de construção civil. Os analistas entendem que a empresa poderá capturar ganhos relevantes em sua unidade América do Norte, também se refletindo no preço das ações.
Por fim, para os analistas, os principais riscos para a companhia são: (i) recuperação econômica aquém do esperado nas regiões de atuação da empresa; (ii) quedas abruptas nos preços do aço; e (iii) aumento de importações de aço, inflando a oferta no mercado interno e limitando novos reajustes de preços.
Desde que a Gerdau passou a fazer parte das Principais Ações do mês, em junho de 2020, a empresa teve uma valorização excelente de 127,14%, contra 32,73% do Ibovespa no mesmo período. Mais uma vez, quem confiou nos especialistas obteve um belo retorno, quase 10 vezes a mais que o índice.
Com uma combinação de bons resultados e boas perspectivas, a Gerdau foi recomendada nas nossas Principais Ações em todos os meses do ano até aqui. Desse modo, optamos por adicionar a empresa nas nossas Super Ações, um portfólio de companhias de diversas categorias que se destacam como as preferidas dos analistas.
Não deixe de conferir a carteira completa das Super Ações.
Fontes: BB Investimentos, BTG Pactual e Necton.