(*) Deisy Granado

A inovação é a base para a mudança de paradigma e processo, o que pode ocorrer com pequenas ou grandes inovações, mas que na somatória geram o progresso da humanidade.

Nessa linha, a inovação é primordial para qualquer modelo de gestão pautado no ESG. Atualmente, o conceito ESG tem ganhado grande relevância em âmbito mundial, o que impacta internamente. Ocorre que o Brasil ainda está em estágio incipiente na agenda ESG, em parte pela falta de regulamentação, o que ainda não o coloca nas decisões centrais de muitas empresas.

Dessa forma, as empresas que buscam implementar no seu modelo de negócio às práticas ESG terão que necessariamente se valer da inovação.

Como exemplo, podemos citar as empresas fornecedoras de insumos agrícolas que possuem responsabilidade por participarem da cadeia de produção, ao financiarem produtores agrícolas com o fornecimento de produtos (defensivos, sementes, fertilizantes etc).

A inovação na forma de financiar, implementando análise de compliance socioambiental do produtor rural como condição de financiamento foi algo que alterou a forma de avaliação do crédito, o que acarretou numa maior rastreabilidade do produto, buscando uma produção mais sustentável.

Para tanto, as empresas passaram a adotar sistemas de monitoramento via satélite, a fim de verificar a regularidade ambiental da propriedade que será produzida a commodity, bem como implementação de programas de certificação das áreas de produtores que não estão em conformidade ambiental, de uma forma proativa, a qual mantém o vínculo com o consumidor final e auxilia na recuperação ambiental. Outro exemplo seriam os Green bonds ou títulos verdes, os quais revelam que cada vez mais recursos estão sendo direcionados para financiar projetos com benefícios ambientais/sociais ou para catalisar a agenda ESG de empresas. Em poucas palavras, são títulos que podem ser usados para financiar projetos que sejam considerados sustentáveis e que gerem efeitos ambientais positivos.

Recentemente surgiu uma nova categoria dos títulos ESG, os Sustainability-linked Bonds. Neles, diferentemente dos Green Bonds, a empresa tem que se comprometer com metas ambientais e ou sociais objetivas dentro de determinado prazo, ou seja, tem como objetivo final fazer com que o emissor alcance metas ESG, que são calibradas a partir de indicadores-chave de desempenho (KPIs). Caso a meta não seja atingida, haverá uma penalidade, na forma de um prêmio sobre a taxa de juros, que encarece o seu custo de crédito. Esse mecanismo é chamado de ‘step up’ de taxa. O que se busca é financiar a melhoria da performance ESG das empresas.

Nesse contexto, é notório que a inovação é primordial para agregar valor ao modelo de gestão pautado no ESG, sendo decisivo para a manutenção das empresas no mercado, uma vez que a pontuação ESG que definirá a vantagem competitiva, pois a escolha dos investidores e de consumo serão pautadas pelas boas práticas socioambientais.

(*) Deisy Vanessa Novais Granado é advogada do Luchesi Advogados

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