Às 11:35 desta quinta-feira, 15 de agosto, as ações de Americanas (AMER3) chegaram a cair 72,74%, ao preço de R$ 0,09 cada. O movimento sucede a divulgação atrasada dos resultados financeiros do ano de 2023 e do primeiro semestre de 2024.

O prejuízo em 2023 foi de R$ 2,30 bilhões, o que representa uma redução de 82,8% em relação a 2022.

O resultado de 2023 foi negativamente marcado pelo impacto operacional da crise e a redução de receitas, os custos adicionais da investigação e da Recuperação Judicial e parcialmente compensado por impactos tributários.

Nos primeiros seis meses de 2024, o prejuízo foi de R$ 1,4 bilhão, o que representa uma redução de 55,90% em relação ao mesmo período de 2023.

“Com os dados nas mãos, o mercado percebeu que os papéis ainda estavam supervalorizados e uma nova onda de perdas acontece”, ressalta Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa, entidade que defende os investidores minoritários e ingressou com arbitragens contra a companhia e seus controladores.

“Quem adquiriu o papel até janeiro de 2023 – data da revelação das fraudes – o fez por um preço próximo ou superior a R$ 19,00. No entanto, o valor efetivo do ativo, depuradas as distorções contábeis, talvez fosse o da atual cotação, cerca de 0,10 centavos ”, destaca Silva.

Essa diferença entre o preço pago – erroneamente – e o preço efetivo do ativo deve ser cobrada pelos investidores.

Os minoritários são atingidos por camadas de prejuízos: primeiro, com a fraude sistêmica em si mesma; depois, com seus efeitos direitos como a perda de credibilidade da companhia e a queda das vendas; enfim, com a diluição dos seus ativos, uma vez que os controladores, ao invés de assumirem as responsabilidades, preferiram realizar empréstimos que consolidaram seu domínio sobre a varejista.

Espanta, contudo, que o balanço de 2023 tenha sido apresentado apenas no segundo semestre de 2024.

“Há uma evidente falha informacional ao mercado que, em si mesma, gera outras distorções e mais prejuízos aos investidores”, afirma Silva.

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