🌎 CENÁRIO EXTERNO

PPI, Fed e balanços

PPI, Fed e PIB chinês

Ativos de risco estão amanhecendo de forma mista nesta 4ªfeira, após dados de inflação acima do esperado nos EUA promoverem uma sessão de realização de lucros no dia anterior. Hoje, investidores recebem mais um dado de inflação nos EUA (PPI) além dos balanços de Bank of America, Citigroup e Wells Fargo após um 1º dia misto com os resultados do JP Morgan e do Goldman Sachs nesta 3ªfeira. Na zona do euro, bolsas iniciaram o dia em baixa, ainda que com quedas modestas, após dados de produção industrial decepcionarem expectativas em maio. Enquanto isso, índices futuros de NY esboçam um movimento de recuperação, com destaque para os papéis das empresas de tecnologia (futuro da Nasdaq registra alta da ordem de 0,3% até o momento). A manhã também é de ajuste para o dólar índice (DXY) e os juros futuros americanos, que devolvem uma parcela das altas acumuladas na última sessão – na fronte do câmbio, destaque para uma alta da libra esterlina, que ganha força após um dado de inflação acima do esperado no Reino Unido. Por fim, na fronte das commodities, ativos têm início de dia misto, sem grandes destaques.

Cautela inflacionária

Apesar do CPI divulgado ontem não ter sido nenhum divisor de águas, o dado é importante pelo fato de que ainda existe muita incerteza com relação à longevidade dos estímulos monetários praticados pelo Fed – medidas que tem sido providenciais para os recordes consecutivos que vem sendo atingidos pelas bolsas nos últimos meses. Na sua ata, o próprio Federal Reserve admitiu que, apesar de acreditar que a pressão sobre os preços é fruto de fatores transitórios, existe divergências sobre quando o Fed deverá começar a agir para evitar pressões sobre as expectativas de inflação futura. Desta forma, um dado forte como o de ontem (alta de 0,9% no índice cheio e no núcleo) tende a adicionar cautela aos mercados – principalmente pelos níveis de preço praticados hoje -, apesar de a composição seguir apontando para uma inflação ligada ao movimento de reabertura econômica, em linha com o que o Fed tem pregado.

Na agenda

Com a inflação americana ainda em foco, o mercado recebe o índice de preços ao produtor em junho nos Estados Unidos, às 9h30. O mercado espera uma variação positiva da inflação do PPI de 0,5% m/m no índice cheio e de 0,4% m/m no núcleo – medida que desconsidera os componentes mais voláteis do indicador. No final da manhã (11h30), o Departamento de Energia americano divulga o nível dos seus estoques brutos de petróleo referente à semana passada. À tarde, o mercado acompanha a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, frente à Câmara dos Representantes, antes de o Federal Reserve publicar mais uma edição do seu Livro Bege – documento em que os diretores da instituição passam a sua visão sobre a situação corrente da economia americana. Por fim, às 23h, o escritório nacional de estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês) divulga o resultado do PIB no 2º trimestre de 2021, acompanhado por uma série de indicadores econômicos de junho (vendas no varejo, produção industrial, investimento em ativos fixos urbanos, investimentos imobiliários e desemprego).

CENÁRIO BRASIL

Substitutivo do relator melhora visão do mercado a respeito da reforma tributária

Substitutivo

O deputado Celso Sabino (PSDB-PA) divulgou o seu substitutivo ao projeto que altera o Imposto de Renda e cria um tributo sobre dividendos. A nova íntegra confirmou algumas alterações esperadas à proposta que foi incialmente apresentado pelo governo em junho. Entre essas, a taxação dos FIIs foi removida e a redução do IRPJ das empresas com faturamento acima de 20mil/mês foi acentuada (10 p.p já em 2022 e 12,5 p.p em 2023). O projeto também conta com outras alterações imprevistas que agradaram o mercado, como o fim taxação com come-cotas dos fundos de investimentos imobiliários, infraestrutura/logística e agronegócio.

Contrapartida e sustentabilidade

Como contrapartida fiscal, o relator julgou necessário cortar os benefícios tributários para 20 mil empresas das indústrias de cosméticos, perfumaria, medicamentos, produtos químicos, aeronaves/embarcações e de termelétricas na aquisição de carvão e de gás. No geral, os ajustes feitos pelo relator ao projeto foram bem recebidos, mas já existem especialistas que questionam se a queda de cerca R$ 30 bilhões na carga tributária – e, consequentemente, na arrecadação do governo – em 2023 é sustentável para as contas públicas.

Diesel

Em mais um aceno à categoria dos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro adiantou uma redução de quatro centavos à tributação do PIS/Cofins cobrado sobre o óleo diesel. O valor cobrado sobre o litro do combustível passará de 31 para 27 centavos. Segundo Bolsonaro, o assunto já foi tratado com o ministro Paulo Guedes (Economia). O presidente explicou que a queda em arrecadação será compensada pela extinção de uma isenção tributária atualmente concedida a um setor que o presidente preferiu não revelar. O anúncio deve conter os ânimos de caminhoneiros incomodados com um ajuste no preço diesel feito pela Petrobras na semana passada.

Supersalários

A Câmara dos Deputados aprovou projeto que endurece os limites do teto remuneratório para os servidores públicos. A proposição contém o acesso da elite do funcionalismo a auxílios extras que levam a sua remuneração a superar o ganho salarial máximo permitido para um servidor (R$ 39,2 mil). No Brasil, existem mais que 500 tipos de auxílios concedido aos trabalhadores do setor público. Os limites impostos pelo projeto aprovado pelos deputados devem gerar uma economia de R$ 3 bilhões, que inclusive deve ajudar a custear parta da redução da carga tributária perdida com a as alterações previstas no projeto que altera o IR. O projeto agora retorna para o Senado para uma votação final antes de ser enviado à sanção presidencial.

CPI da pandemia

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prorrogou o funcionamento da CPI da Pandemia por mais 90 dias; o seu prazo estava prestes a expirar no início do mês que vem. A continuidade dos trabalhos da comissão garante que o desgaste do governo – e principalmente do presidente Bolsonaro como candidato à reeleição – continuará por mais três meses.

Na agenda

Como principal destaque na agenda local, o Banco Central divulga o seu Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br, às 9h. Seguindo uma série de pesquisas setoriais positivas para o mês, o mercado espera uma variação positiva da ordem de 1,0% m/m para o nosso “PIB mensal” em maio. Mais tarde, às 14h30, o BCB também divulgará o fluxo cambial semanal referente à semana passada.

E os mercados hoje?

Mercados globais têm início de sessão misto, com índices americanos esboçando uma leve recuperação após um dado de inflação maior do que o esperado ter elevado a cautela dos investidores e promovido uma sessão de realizações de lucro nesta 3ªfeira. Como destaque na agenda, o investidor recebe a inflação ao produtor nos EUA, mais uma fala de Powell frente ao Congresso e o Livro Bege do Fed, além de acompanhar novas divulgações na fronte da temporada de balanços corporativos. No Brasil, o mercado voltou a avançar nesta 3ªfeira após mudanças consideradas positivas serem apresentadas pelo relator da reforma tributária, que segue no foco dos investidores. Nos bastidores de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro tem reunião marcada com Luiz Fux, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco (presidentes do STF, Câmara e Senado) em meio à elevação das tensões entre os poderes. Tendo isso em vista, esperamos um início de dia de viés neutro/positivo para o Ibovespa, que poderá dar sequência ao movimento de recuperação frente a uma manhã mais amena no exterior e na falta de grandes novidades em âmbito local.


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