Caro Investidor!

Ainda falando dólar, se você é empresário, já está lidando com o desafio da alta da moeda em relação ao real: é preciso pensar em como lidar com aumento de custos e redução de consumo. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 62% das indústrias no Brasil dependem de insumos importados. Com o dólar mais caro, os custos de importação subiram cerca de 15% nos últimos seis meses. Isso afeta diversos setores, entre eles alimentos, eletrônicos e cosméticos.

Para Andrea Eboli, estrategista de negócios, fundadora e CEO da oficina de soluções corporativas EDR, o impacto da alta do dólar exige ajustes. “É preciso reavaliar fornecedores, preços e até o portfólio de produtos. Isso ajuda a reduzir a dependência de insumos importados e a enfrentar melhor esse cenário,” explica.

Andrea diz que é fundamental que o planejamento para este ano seja detalhado e estratégico, levando em conta as especificidades de cada setor. “Executivos que se antecipam e trabalham em soluções agora vão estar melhor preparados para os desafios do próximo ano.”

Alta do dólar: o impacto

A valorização do dólar acaba afetando toda a cadeia, desde a fábrica até o consumidor. Setores que dependem de matérias-primas estrangeiras acabam vendo os custos de produção dispararem.  E quase sempre, esse aumento é repassado para os preços, o que impacta lá na ponta, no consumidor, especialmente de produtos que não são essenciais. “Nestes momentos de crise, os consumidores postergam compras que necessitam maior investimento e racionalizam mais as compras de uso diário,” comenta Andrea.

O que fazer?

Conforme a estrategista, muitos executivos estão buscando acordos melhores com fornecedores e soluções financeiras para reduzir os impactos do dólar alto. Também estão apostando em fortalecer a produção local, o que ajuda a cortar custos e diminuir a dependência de importados. 

As empresas do setor alimentício e de bens de consumo, por exemplo, têm recorrido mais a ingredientes e produtos nacionais. No segmento de eletrônicos, as marcas têm focado produtos de  linhas de entrada e na exploração de novos formatos de venda, como assinaturas e planos de pagamento mais flexíveis. 

Outro exemplo comum é o uso de hedge cambial como proteção contra a oscilação do dólar, uma estratégia cada vez mais comum em setores como o automobilístico e farmacêutico.

Além disso, Andrea destaca que rever o mix de produtos ofertados pode ser uma alternativa. Produtos mais premium com dependência de insumos de fora precisam ser revistos na tentativa de melhora da margem. Também é importante investir na comunicação e no seu diferencial.

Planejamento

O planejamento estratégico se mostra essencial para as empresas que buscam diminuir os impactos da alta do dólar. Ajustar as operações de forma proativa e considerar diferentes cenários econômicos são medidas que podem determinar a capacidade de adaptação das organizações em tempos de incerteza.

“Estar atento às mudanças e agir rapidamente é indispensável para superar esses desafios. O planejamento agora pode fazer toda a diferença no próximo ano,” conclui Andrea.

(Fonte: imprensa EDR)