Hoje, foi dia de alta nos principais mercados acionários do mundo, mas de forma mais comedida, com a Bovespa abrindo acelerada e perdendo tração ao longo do dia. Petrobras sofrendo realização de lucros recentes e Vale mantendo tendência de alta e levando junto as ações do setor siderúrgico.
Boa parte da recuperação dos mercados é explicada pelas boas notícias com origem nas relações comerciais entre os EUA e a China com declarações do secretário Wilbur Ross, dizendo estudar não impor tarifas sobre carros provenientes da União Europeia. Ainda nos EUA, tivemos a divulgação do ISM das condições empresariais de outubro subindo para 47,7 pontos, de anterior em 42,8 pontos. As encomendas à indústria de setembro caíram 0,6% e o índice de tendência de emprego do Conference Board caiu para 110,1 pontos em outubro.
Já a Câmara americana, começou a divulgar os primeiros depoimentos das investigações do processo de impeachment do presidente Donald Trump. Sobre isso, alguns analistas políticos acreditam que toda essa polêmica pode acabar positiva para a reeleição de Trump. O Tesouro americano, também anunciou a aplicação de sanções contra nove iranianos que promovem agenda radical de Ali Khamenei.
O Irã, anunciou estar trabalhando na criação de centrífuga mais rápida e fora do acordo nuclear assinado. Isso acabou impulsionando ainda mais o preço do petróleo no mercado internacional. O petróleo WTI teve dia de alta e estava com valorização de 1,39%, com o barril cotado em NY a R$ 56,98. O euro era transacionado em queda para US$ 1,113 e os notes de 10 anos com taxa de juros de 1,789% em alta de mais de 7,0%. O ouro e a prata operaram em queda na Comex e commodities agrícolas com viés mais para positivo.
No segmento local, a política voltou a fervilhar depois de entrevista de ontem de Bolsonaro e da carta interna do diretor de jornalismo da Globo parabenizando pela reportagem e apurações feitas no condomínio onde casualmente Bolsonaro tem moradia. Também seguiu repercutindo a declaração do filho do presidente sobre AI-5, seguido de declarações do general Heleno, repercutida por Rodrigo Maia e comparando a declaração do ministro às teorias do “guru” bolsonarista Olavo de Carvalho.
Na economia, os investidores aguardam o leilão da cessão onerosa e o anúncio de medidas pelo governo, que serão entregues no Congresso por Bolsonaro e Paulo Guedes. O Brasil também anunciou que prepara captação de recursos no exterior com bonds de 2029 e 2050. Segundo o noticiário do final da tarde, a demanda pelos bonds estava ao redor de US$ 6,0 bilhões para uma emissão de US$ 500 milhões para o prazo mais curto e US$ 1,5 bilhão para o mais longo.
No mercado local, os DIs tiveram dia de leve alta de juros para os prazos de maior liquidez e o dólar oscilou pouco entre positivo e negativo para fechar com +0,41% e cotado a R$ 4,011. Na Bovespa, no último pregão de outubro, os investidores estrangeiros sacaram R$ 1,27 bilhão, praticamente apagando todos os ingressos da semana passada. Assim, em outubro o fluxo estrangeiro ficou negativo em R$ 9,6 bilhões e no ano os saques líquidos ascendem a R$ 30,4 bilhões.
No mercado acionário, dia de alta de 0,92% na Bolsa de Londres, Paris com +1,08% e Frankfurt com +1,35%. Madri e Milão com altas de respectivamente 0,85% e 1,64%. No mercado americano faltando cerca de 10 minutos para encerrar, o Dow Jones tinha +0,38% e o Nasdaq com +0,55%. Na Bovespa, antes do call de encerramento, dia de alta de 0,40% e índice em 108.627 pontos. Durante o dia o Ibovespa atingiu novo recorde de pontos em 109.352 pontos.
Na agenda de amanhã, teremos o IBGE anunciando o índice de preço do produtor da indústria de transformação de setembro e o PMI de serviços de outubro. Nos EUA, sairá o saldo da balança comercial de setembro, indicadores de atividade PMI e ISM e vários discursos de dirigentes do FED (Richmond, Minneapolis e Dallas).
Alvaro Bandeira
Economista-chehe do banco digital Modalmais