Confira a análise da Ágora referente aos Resultados da Alpargatas (ALPA4) no 3T22. Nesse sentido a equipe de analistas traz em seu relatório os destaques do semestre e recomenda a compra para as ações da companhia.

Alpargatas apresentou resultados abaixo das expectativas

De acordo com a Ágora, a Alpargatas apresentou resultados no 3T22 ligeiramente abaixo das expectativas em termos operacionais. No Brasil, o volume caiu (-6% na comparação anual), ligeiramente abaixo das expectativas. Com crescimento de receita de 12% impulsionado por aumentos de preços, parcialmente compensados pelo menor volume em base anual. A margem bruta do Brasil de 42,7% cresceu cerca de 1,2 p.p. em base anual, impulsionada por aumentos de preços acima da inflação de custos.

No mercado internacional, os analistas da Ágora sinalizaram que o crescimento de volume de 15% também ficou ligeiramente abaixo das expectativas (-2p.p. vs. estimativa do BBI) principalmente devido a uma queda de 4% na China e de 62% nos EUA, enquanto a EMEA (Europa, Oriente Médio e África) apresentou um crescimento de 17% na comparação anual. A margem bruta internacional de 60,5% caiu -9,1 p.p. na comparação anual devido à desvalorização cambial do Euro e maiores custos de matérias-primas e industriais.

O EBITDA consolidado também ficou ligeiramente abaixo das expectativas e caiu 3% em base anual. O lucro líquido reportado de R$ 45 milhões ficou abaixo das expectativas em grande parte devido a impostos mais altos.

Ágora ajusta preço-alvo

A Ágora vê esses resultados como fracos e um pouco abaixo do esperado no nível
operacional. A unidade de negócios Brasil teve um bom desempenho, com recuperação das margens brutas, embora a queda de volume implique que a elasticidade de preços possa ter chegado ao seu limite, por enquanto. O crescimento do volume de unidades de negócios internacionais foi positivo, embora parte desse crescimento de volume possa ser devido às vendas perdidas do último trimestre em virtude de problemas na cadeia de suprimentos. Apesar da pressão inflacionária persistente sobre o balanço, esperamos que os custos das matériasprimas, especialmente aqueles associados ao petróleo (butadieno e estireno), diminuam um pouco nos próximos trimestres, mas não vemos isso como um divisor de águas para a Alpargatas.

Por outro lado, a reação dos volumes das unidades de negócio internacionais – elemento chave da tese de investimento – foi tranquilizadora, embora não seja ainda um impulsionador, dada a época de baixa temporada desta unidade de negócios.

“No geral, mantemos nossa recomendação de Compra com base no potencial de crescimento de longo prazo das Havaianas fora do Brasil, bem como na expansão da margem tanto no Brasil quanto nos negócios internacionais. No entanto, achamos que as ações carecem de catalisadores no curto prazo, principalmente com as ações negociando com P/L para 2023 de cerca de 23x. Ajustamos nossas estimativas ligeiramente para baixo, enquanto nosso preço-alvo cai para R$ 30 (de R$ 31)”. Disseram os analistas da Ágora.

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