Na última terça-feira, um navio de 400 metros de comprimento encalhou enquanto atravessava o canal e obstruiu uma das principais rotas comerciais do mundo. No entanto, segundo Petrosyan, o setor petroleiro, ainda em recuperação da crise provocada pelo coronavírus, tem níveis de estoques confortáveis, o que atenua os efeitos.
A analista acrescenta que o episódio evidência transformações estruturais nos mercados. Uma delas, de acordo com ela, é o fato de que a maior parte do petróleo que passa pela região vai em direção à Ásia, e não mais o contrário.
“A situação se inverteu há cerca de uma década, quando o estouro do fornecimento de petróleo dos Estados Unidos, Canadá e Brasil se combinou com o rápido crescimento econômico da Ásia para mudar o equilíbrio do petróleo bruto de ambos os hemisférios”, explica.
Petrosyan salienta também que uma parcela considerável dos navios petrolíferos é grande demais para passar pelo canal. Embarcações com até cerca de 200 mil toneladas da commodity conseguem atravessar a rota, enquanto, nos últimos anos, cresceu a quantidade de veículos marítimos com capacidade superior a 300 mil toneladas.
O Canal de Suez enfrenta a concorrência de dois oleodutos que conectam o mediterrâneo ao Mar Vermelho e levam até 2,5 milhões de barris por dia (bpd). Ainda assim, cerca de 5% do petróleo bruto do mundo passa pelo canal, segundo a analista da AIE.
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