A companhia registrou no 4T19 um lucro líquido de R$ 105,6 milhões, acima do esperado (R$ 95,0 milhões), com crescimento de 0,6% em relação ao lucro de R$ 104,9 milhões do 4T18; acumulando um lucro líquido de R$ 300,1 milhões em 2019, com incremento de 4,2% em relação ao lucro de R$ 288,0 milhões registrado em 2018.
A Receita Líquida cresceu 13,1% em base de 12 meses para R$ 528,0 milhões e explica a leve evolução do lucro líquido; na medida em que o resultado operacional medido pelo EBITDA cresceu 6,1% para R$ 285,9 milhões, em percentual abaixo da receita, explicado pela forte evolução (+22.7%) dos custos e despesas entre os trimestres comparáveis. A margem ebitda caiu de 57,7% no 4T18 para 54,1% no 4T19.
Com base no resultado do 4T19 a companhia anunciou a distribuição de R$ 97,5 milhões na forma de dividendos complementares, com payout de 92,3%, equivalente a R$ 0,24423985955 por unit. Esta proposta será examinada em AGO prevista para ocorrer em 29 de abril de 2020 e, sendo aprovada a ação passará a condição “ex” dividendos dia 30 de abril de 2020. O retorno esperado é de 1,65%.
Somando todos os proventos relativos a 2019, a empresa distribuiu R$ 347,0 milhões em dividendos e JCP equivalente a um payout de 115,6% e um retorno anualizado de 7,4%.
Suas Units (TIET11) registram queda de 8,4% este ano para R$ 14,72 (valor de mercado de R$ 5,8 bilhões). O preço justo de R$ 18,00/unit traz um potencial de alta de 22,3%.
Em grandes números, no acumulado de 2019 em relação a 2018, a Receita Líquida cresceu 6,6% para R$ 2,0 bilhões; o EBITDA registrou alta de 2,3% para R$ 1,0 bilhão reflexo do incremento de 11,2% dos custos e despesas para R$ 1,0 bilhão. A margem ebitda caiu de 52,3% em 2018 para 50,2% em 2019. Por sua vez o lucro líquido cresceu 4,2% somando R$ 300,1 milhões.
Em 2019, os investimentos somaram R$ 342,8 milhões, 20,8% inferiores aos R$ 433,0 milhões gastos em 2018; explicado principalmente pela (i) redução de R$ 115,6 milhões nos investimentos realizados no Complexo Solar Ouroeste finalizados no 3T19; compensado parcialmente pelo (ii) aumento de R$ 21,9 milhões destinados à construção de projetos de geração distribuída; e (iii) o incremento de R$ 3,6 milhões no investimento de modernização e manutenção das plantas hídricas e ativos já em operação.
Em 2019 a companhia contou com a contribuição integral do Complexo Solar Guaimbê para os resultados, e a finalização do Complexo Solar Ouroeste, que deverá contribuir com um Ebitda anual entre R$ 70,0 e R$ 80,0 milhões. Segundo a companhia, estes dois complexos juntos com o ativo eólico Alto Sertão II, as fontes não hídricas trouxeram um Ebitda de R$ 289,2 milhões.
Ressalte-se a eficiência na execução da estratégia dinâmica de mitigação do risco hidrológico, aliando planejamento energético à inteligência comercial, essenciais para a formação do resultado hídrico de 2019.
A companhia também refinanciou R$ 2,2 bilhões de dívida com a 9ª emissão de debêntures, o que permitiu um alongamento de prazo; aliado a melhores custos para a carteira, aliado a flexibilização dos covenants, agora em linha com a estratégia de crescimento da companhia. A geração operacional de caixa somou R$ 984,8 milhões em 2019, com crescimento de 17,1% ante R$ 841,2 milhões em 2018.
Ao final do 4T19 a dívida líquida da companhia era de R$ 2,9 bilhões equivalente a 2,8x o EBITDA ajustado e se compara a um endividamento líquido de R$ 3,1 bilhões no 4T18 e alavancagem de 3,0x. O custo médio da dívida era de 8,2% com prazo médio de 5,2 anos, sendo 100% em Reais (50,1% em CDI e 49,9% em IPCA).