A AES Brasil registrou no 4T20 um lucro líquido consolidado de R$ 602,6 milhões, que se compara a R$ 105,6 milhões no 4T19, explicado principalmente pelo incremento de R$ 880,2 milhões no resultado operacional medido pelo EBITDA, em função do ressarcimento do GSF no montante de R$ 947,0 milhões. Esse excelente resultado no trimestre foi parcialmente compensado por maior volume de imposto por maior base tributável e a piora no resultado financeiro, devido à atualização monetária do passivo do GSF.
Com base no resultado de 2020, a companhia distribuirá dividendo complementar de R$ 7,9 milhões, equivalente a R$ 0,01989708980 por Unit. A data base será no dia 01 de março de 2021 e as ações de emissão da companhia passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir do dia 02 de março de 2021. O retorno estimado é de 0,12%.
Cotada a R$ 16,14/Unit, equivalente a um valor de mercado de R$ 6,4 bilhões, a ação TIET11 registra queda de 2,4% este ano. O Preço Justo de R$ 17,00/ação que traz um potencial de alta de 5,3%.
Destaques
• No acumulado do ano de 2020 o lucro líquido consolidado alcançou R$ 848,0 milhões (+182,6%), explicado pelos mesmos motivos, com destaque para o incremento de R$ 1,03 bilhão do EBITDA dado o reconhecimento R$ 947,0 milhões de ressarcimento da liquidação do passivo do GSF ocorrido em janeiro de 2021;
• A receita operacional líquida totalizou R$ 532,2 milhões no 4T20 (+3,2%). A margem operacional líquida da AES Brasil alcançou R$ 1,25 bilhão, com expressivo crescimento de 228,7% ante o 4T19; explicado pelo incremento de R$ 901,6 milhões na margem hídrica devido, principalmente; ao ganho extraordinário no 4T20 decorrente do ressarcimento do GSF no montante de R$ 947,0 milhões. Em 2020, a receita operacional líquida totalizou R$ 2,0 bilhões, em linha com o reportado em 2019;
• O EBITDA no 4T20 alcançou R$ 1,17 bilhão, valor 307,1% superior ao 4T19, em função do incremento da margem hídrica líquida. Em 2020, a companhia registrou um EBITDA de R$ 2,07 bilhões, com crescimento de 100,1% em doze meses, por maior margem hídrica líquida;
• O resultado financeiro líquido registrado no 4T20 foi uma despesa de R$ 190,0 milhões (+88,1%) acumulando em 2020 uma despesa líquida de R$ 529,7 milhões, 47,9% maior do que a despesa de R$ 358,0 milhões em 2019;
• O investimento da AES Brasil somou R$ 119,9 milhões no 4T20 (+185%) acumulando em 2020 o montante de R$ 250,2 milhões; com queda de 27% em relação aos R$ 342,8 milhões de 2019;
• A companhia prevê investir aproximadamente R$ 1,5 bilhão no período de 2021 até 2025; destinados à modernização e manutenção de seus ativos em operação e à expansão, com destaque para a construção do Complexo Eólico Tucano e Cajuína;
• Ao final de dezembro de 2020 a dívida líquida consolidada da companhia era de R$ 3,2 bilhões; 11,8% superior aos R$ 2,9 bilhões de dez/19. O índice de alavancagem (Dívida Líquida/Ebitda Ajustado) encerrou o 4T20 em 1,5x (sendo de 2,8x no 4T19) enquanto o índice de cobertura de juros (Ebitda Ajustado/Despesas Financeiras) em dez/20 era de 8,77x. A melhora expressiva desses indicadores financeiros refletiu principalmente, o incremento significativo do EBITDA da companhia no 4T20; em decorrência da reversão em seu resultado, sem efeito caixa, ocasionado pela finalização do acordo do GSF.