A Aegea (AEGP23), maior empresa privada de saneamento básico do Brasil, enfrenta desafios significativos no combate ao desperdício de água tratada, assim como todas as empresas de saneamento do país. Em menos de 3 meses, os vazamentos reparados na rede de distribuição, geraram uma redução de desperdício de água, equivalente a 7 piscinas olímpicas e uma economia de quase R$ 100 mil. Em resposta, a concessionária Águas de Penha, subsidiária da Aegea, uniu-se à Waterlog para implementar uma solução tecnológica pioneira que passou a transformar essa realidade.

“Desde 14 de agosto, a concessionária está utilizando o sistema IRIS®, uma tecnologia desenvolvida pela Waterlog, que combina Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) para monitorar a rede de distribuição em tempo real e identificar vazamentos de forma precisa. “Esse projeto piloto faz parte da estratégia da Aegea para reduzir as perdas e aprimorar a sustentabilidade de seus serviços”, explica Rubens Terra, sócio da Equus Capital. 

Coordenador do Centro de Operações Integrada (COI) da Águas de Penha, Arthur May destaca que o sistema IRIS® funciona através de dispositivos instalados próximos aos hidrômetros de algumas residências, permitindo a análise em tempo real do consumo de água. “Com a instalação rápida realizada por nossa equipe identificada e uniformizada, conseguimos monitorar vazamentos invisíveis e visíveis, tanto na rede pública quanto nos domicílios, garantindo mais eficiência e precisão”, ressalta.

O sistema IRIS® coleta dados de vibrações na tubulação que são enviados para um software que analisa e identifica eventuais vazamentos. Segundo May, essa tecnologia é um avanço significativo na gestão de recursos hídricos e reforça o compromisso da Aegea com a sustentabilidade. “Essa solução inovadora contribui para uma cidade mais sustentável e permite uma resposta ágil, minimizando o impacto ambiental do desperdício de água tratada”, aponta. Terra acrescenta que para os consumidores, o sistema traz benefícios diretos. “O serviço não implica custos adicionais e permite que a concessionária informe os moradores sobre vazamentos internos, possibilitando reparos que ajudam a reduzir a conta de água e o desperdício.”

Já o CEO da Waterlog, Fernando Pecoraro, destacou o potencial financeiro da tecnologia: o investimento nas soluções da empresa pode alcançar o ponto de equilíbrio em cerca de cinco meses, o que é um prazo extraordinariamente curto para o setor. “Com a redução nas perdas, as concessionárias economizam e, ao mesmo tempo, reforçam sua capacidade de investimento para expandir a rede de saneamento”, afirma.

Vale lembrar que, com o Marco Legal do Saneamento exigindo a ampliação do acesso à água tratada para 99% da população brasileira até 2033, o uso de tecnologias como a da Waterlog torna-se estratégico. “No Brasil, aproximadamente 16% da população ainda não têm acesso a esse serviço, e as perdas de água tratada representam um desafio adicional. Com soluções para reduzir o desperdício, as concessionárias podem aumentar sua capacidade de investimento, aproximando-se das metas estabelecidas pela legislação”, informa Terra.

O executivo da Equus reforça que após o período de testes a  Aegea pode avaliar expandir o uso da tecnologia IRIS® para outras cidades onde opera. Além da AEGEA, a Clear, concessionária que opera outro conjunto de cidades incluindo Pomerode-SC, irá iniciar seu piloto nas próximas semanas. “Concessionárias públicas e privadas têm demonstrado interesse em adotar soluções semelhantes, vislumbrando tanto a redução de perdas quanto a eficiência operacional”, diz. Segundo ele, o projeto piloto em Penha registrou, em apenas um mês, a identificação de 14 vazamentos em uma rede de 24 km, abrangendo 1.004 conexões. “Essa iniciativa destaca a importância de modernizar o sistema de distribuição de água no país, onde o desperdício ainda é um desafio significativo”, diz.

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