A forte venda de ações no setor de shoppings tem atraído a atenção de investidores em busca de oportunidades, especialmente com um histórico recente de quedas superiores a 20% para as principais empresas do setor. Contudo, a questão que permanece é se esses papéis estão realmente tão descontados quanto parecem.
Análise de Desempenho
O Itaú BBA, em um relatório abrangente, aponta que, embora as ações de shoppings apresentem preços relativamente baixos, não são exatamente uma pechincha. O banco sugere que a avaliação deve ir além do tradicional múltiplo P/FFO (preço sobre o fluxo de caixa operacional), que pode ser distorcido e superestimar a geração de caixa das empresas.
Daniel Gasparete, head de real estate do Itaú BBA, destaca que a utilização do índice P/L (preço sobre lucro) proporciona uma perspectiva mais realista. A descoberta é alarmante: ao serem avaliadas sob essa ótica, as empresas de shoppings aparecem com múltiplos de lucro bastante altos, comparáveis aos da Weg, que outrora eram considerados excessivos. “As estimativas atuais para o setor de shoppings giram em torno de 11 vezes o lucro projetado para 2025, enquanto outras empresas de consumo estão na faixa de 10 vezes”, explica Gasparete.
Perspectivas para o Setor
O cenário de crescimento dos shoppings é limitado, com muitos investidores reavaliando seu apetite por novos ativos. O Itaú BBA acredita que o crescimento futuro virá principalmente do desempenho orgânico de seus portfólios atuais. Isso implica que os resultados dependem diretamente do aumento nas vendas dos lojistas, o que requer uma recuperação consistente no varejo e nas condições econômicas gerais.
A adição de pressões inflacionárias e crescimento mais lento na renda disponível dos consumidores também se apresenta como desafios a serem superados. Os líderes de mercado estão optando por classificar as ações de shoppings como “bond-proxies”, tornando-as mais comparáveis a setores tradicionais e estáveis, mas menos performáticos.
Recomendação e Conclusão
Apesar das dificuldades, o Itaú BBA mantém a Multiplan como sua recomendação preferida dentro do setor, mas ressalta que investidores devem considerar outras opções, como incorporadoras de baixa renda e empresas de consumo com melhor relação risco-retorno.
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