Afirmando que a controladora abusou do seu poder ao fechar operação de vendas antecipadas de passagens durante a pandemia, os acionistas da Smiles iniciaram, há três meses, um procedimento arbitral contra a Gol.
Estes levaram a arbitragem um pedido de anulação desse acordo, com a devolução dos valores envolvidos, cerca de R$ 1,6 bilhão, para o caixa da empresa de milhagens.
A discussão sobre essas operações começou desde que elas foram divulgadas, em julho, e alguns investidores como ps fundos Samba Theta e Centauro I; chegaram a pedir a convocação de uma assembleia de acionistas para anular os contratos e abrir uma ação de responsabilidade contra a controladora Gol.
A existência da arbitragem tornou-se então pública porque eles também foram à Justiça atrás de uma liminar para bloquear os valores envolvidos nos contratos antes da realização da assembleia e do início do procedimento arbitral.
Em meio às argumentações de advogados dos dois lados acerca desse pedido de liminar, a instalação da arbitragem acabou sendo revelada durante o processo.
Os minoritários da companhia de milhagens consideram a operação como um empréstimo da Smiles para a Gol; a taxas camaradas, para acudir a controladora, em dificuldades. Nas contas deles, naquele momento, o custo de captação da Gol, considerando títulos de dívida no mercado externo, era de 35% ao ano. E a operação com a Smiles foi feita a 3,5% ao ano.
Impacto: Marginalmente Positivo. Acionistas da Smiles consideram que o acordo ocorreu através de um abuso do poder de controladora por parte da Gol. Por conta disso, desejam anular as operações. Para a Gol, isto acaba sendo negativo já que a empresa teria, com o acordo, a segurança de ter suas passagens adquiridas. No entanto, a Smiles considera que a operação se trata de um empréstimo da cia a sua controladora, a baixas taxas.