ESG é um caminho sem volta. Com o propósito de reunir empresas e pessoas para que experiências sustentáveis fossem trocadas, a primeira conferência da Associação Brasileira de Crédito de Carbono e Metano (ABCarbon) ocorreu no último sábado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. “Nosso estímulo para o evento foi saber que ninguém está fazendo um ESG perfeito”, disse a presidente da entidade, Rita Ferrão, em entrevista ao Portal Acionista.

De acordo com ela, a conferência cumpriu o seu objetivo, que era ouvir o que as grandes e os pequenos estão fazendo dentro da proposta de crédito carbono. “Também temos a preocupação do agricultor, queremos incluir. É preciso mudar a mentalidade do ‘vou plantar para desmatar’, por vou plantar para produzir crédito carbono”, afirmou Rita. 

Sobre agricultura, um dos cases do evento foi o da Lermen Agronegócios, de Boa Vista do Buricá, no norte gaúcho, apresentado por Vanderlei Lermen que destacou a importância de se olhar para este setor. “Não é somente nas grandes florestas que se produz crédito carbono, tem crédito carbono na agricultura. Alimento em lugar sustentável é mais rico”, disse o empresário, destacando que é preciso preservar e produzir.

Em relação a isso, a presidente da ABCarbon disse que pequenas propriedades também podem ser medidas e certificadas. Segundo ela, o mínimo que é indicado, para valer a pena, é 10 hectares. Rita explicou que essa medição é feita via Inteligência Artificial, uma rede neural que mapeia em tempo real. “A tecnologia é a grande chave para gente conseguir virar, reduzir custos, agilizar os processos”, afirmou.

Além disso, Rita disse que o evento cumpriu o que era esperado. “Encantada, queríamos que fosse assim, leve, trazer o que se está fazendo, estimular o outro, porque as grandes empresas têm a dor que o pequeno tem, e podem compartilhar essas experiências.”

Como está a Randon Corp

A Randon Corp também apresentou seu case ESG na conferência. Luciane Sartori, gerente de Segurança e Meio Ambiente da empresa, que tem um comitê de especialistas que são responsáveis por trazer as ações, projetos e propostas de estratégias relacionadas ao ESG. Segundo Luciane, é o CEO que faz as definições e logo propõe a estratégia que será seguida. “Hoje estamos com vários projetos, como redução de 40% de emissões de gases de efeito estufa, ampliar nossa presença feminina na parte mais social, zerar acidentes. Além de zerar disposição de resíduos em aterro, fazer a economia circular rodar bastante, fazer esses resíduos serem entrada para outros negócios, zerar o lançamento de efluente, com seu reuso em 100%”, contou ao Portal Acionista.

No que diz respeito aos negócios, a gerente disse que a empresa enxerga o ESG como forma de gerar inovação e renda, aumentando a receita. Luciane também destacou a conferência como um evento correto para a presença da Randon: “compartilhando e aprendendo porque está todo mundo aprendendo nesse processo. Todos nós, com certeza, viemos de longa data fazendo ações, mas agora enxergando esse propósito muito maior e essa velocidade necessária. Tudo que você puder captar o que os outros já fazem, novas experiências, ações que você pode implementar imediatamente na sua organização, vale muito”, comentou.

Além das empresas convidadas, participaram da conferêcias a secretária municipal do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema), Marjorie Kauffmann, o coordenador regional do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Caio Rocha, e o vereador Ramiro Rosário, representando a Câmara de Vereadores e Germano Bremm, representando o prefeito Sebastião Melo.

Sobre a ABCarbon

A Associação Brasileira de Crédito de Carbono e Metano tem como finalidade amparar, orientar e aproximar empresas, entidades e pessoas que se dedicam ao meio ambiente e à sustentabilidade, com foco em  regulamentar e impulsionar o mercado de créditos de carbono e metano no Brasil. Trabalha para o desenvolvimento de um setor que vem crescendo a larga escala mundialmente, articulado com a necessidade de minimizar os impactos da geração de gases poluentes: questões relacionadas à sustentabilidade no dia a dia, abordando mobilidade urbana, energia renovável, educação, novas tecnologias e inovações aliadas ao mercado de carbono, leis e ESG. 

A sede fica em Brasília, e tem um escritório em Porto Alegre.

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