Longe de querer explicar Teoria dos Jogos e Teoria Econômica e indo ao ponto, talvez subjetivo, talvez holístico e certamente com grande dose de esperança, não podemos viver sob a premissa que para um ganhar outro tem que perder. Ao menos não na vida das pessoas que anseiam um mundo melhor, mesmo que esse mundo não lhe seja tão ruim. Para muitos é impossível fechar os olhos para a realidade que aflige pessoas consideradas e colocadas à margem da sociedade, causas e consequências diversas (econômica, subjugo por violência física e verbal, preconceitos, discriminações…) todas sob a influência perversa do que o que o outro tem me falta.

Outro dia li uma matéria interessante, tema recorrente nesses tempos pandêmicos, o quanto nos faz falta a proximidade de amigos e colegas. O ponto era interessante, diferentemente do que muito se fala, que amigos estão com você nas horas difíceis (claro!), trazia também que é muito amigo aquele que regozija com você em seu sucesso, sem interesse, sereno, sabedor e reconhecedor do seu merecimento, e zero afã de competição.

A visão da soma zero é interessante, aproxima em ações até os diferentes pensamentos, a visão do mundo onde só há vencedores e perdedores. Especialmente discussões de manutenção ou desafio do status quo dependendo de que lado você está, aliás, somente pelo fato de você ter um “lado”, já mostra que sim, você acredita na soma zero!

Mais fácil pensar “Somos nós contra eles”, do que “Somos nós e eles”. Há um vencedor e um perdedor, o que se entende em alguns esportes. A política também pode ser zero-soma. Um candidato perde para outro se eleger. Um grupo de interesse ganha influência em detrimento de outros interesses, mas deveria parar aí, fazer política não deve ser zero-soma, aplica-la a situações complexas como crescimento social e econômico, definir o futuro da educação e da saúde de um país, negociações comerciais, comércio internacional podem levar a resultados ruins.

“Um viés a favor do status quo, pode ser justificado se as desvantagens de qualquer mudança forem experimentadas mais intensamente do que suas vantagens”, como bem definido pelo psicólogo de Stanford, Amos Tversky. Em outras palavras, as perdas pairam maiores do que os ganhos. Pensando assim, nos cabe em todas nossas interações complexas (e quais não são?) valorizarmos a troca, a colaboração e buscar o ciclo virtuoso, esteja alerta, ele existe!

Jamile Aun

Tem uma carreira desenvolvida em multinacionais nos ramos industriais, projetizados e de serviço, em empresas de bens de capital para infraestrutura em geração e transmissão de energia, irrigação e transporte para a América Latina. Experiência também nos ramos gráficos, comunicação e indústria alimentícia. É contadora, com MBA em Finanças e Controladoria, especialização em Administração Industrial e Gerenciamento de Projetos pela FIA, certificação PMP do Project Management Institute (PMI) e Certificação de CFO pelo IBEF – Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças. Tem Pós-MBA em Conselho de Administração, certificada pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. É membro de organizações de promoção da equidade de oportunidades entre gerações, gêneros e desenvolvimento de jovens talentos como W-CFO e WCD. Também é Conselheira Fiscal e mentora de PME.

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