O mercado global é de US$ 328 BI (2019) e o crescimento vertiginoso: 57% a.a. É sob estes números que trabalha o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para apoiar projetos sustentáveis no Caribe e América Latina. Países como Perú, Colômbia e México já se inseriram no gráfico internacional dos “papéis verdes”. Agora é a vez do Brasil, país que reúne o maior potencial regional, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que prepara emissão de R$ 500 milhões em Títulos Sustentáveis – lastreados em projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 

O BDMG acaba de publicar um framework inédito no mercado brasileiro. Preparado desde o segundo semestre do ano passado, o documento enquadra os projetos financiáveis do banco. Os Títulos Sustentáveis são papéis de dívida utilizados para bancar os projetos com potencial de impacto positivo nas esferas ambiental, social, ou em ambas, enquanto os chamados Títulos Verdes se circunscrevem aos projetos ambientais. No caso do banco, a construção do framework baseado nos ODS foi realizada com assessoria do Laboratório de Inovação Financeira (LAB), do BID e de uma consultoria externa, a Sitawi. 

“O desenvolvimento deste framework abre caminhos para emitirmos títulos sustentáveis com potencial para construir uma carteira de projetos socioambientais que ultrapassa meio bilhão de reais. Esse pioneirismo do BDMG pode se tornar uma tendência cada vez maior no setor de fomento brasileiro, fortalecendo e inovando as relações com os organismos multilaterais”, diz Sergio Gusmão Suchodolski, presidente do BDMG. Segundo ele, existe “um grande apetite do mercado de crédito internacional em relação ao financiamento da economia sustentável (ESG)” e ele já conversa com as Bolsas de Londres e de Luxemburgo, por exemplo.

Em paralelo, a equipe do banco mineiro, mais o pessoal do BID Brasil, do LAB, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da B3 promovem lives em português para ir clareando o assunto. “Como resultado da pandemia, veremos governos e sociedade civil – e aí se inclui o mercado financeiro – cada vez mais preocupados com os modelos de negócio que não só permitam o crescimento econômico, mas que o façam de maneira responsável. Aliar esses dois quesitos é possível, e a emissão de títulos sustentáveis é um exemplo disso. Estamos muito felizes de poder auxiliar o BDMG nesse processo que deverá se tornar paradigma para outras ações similares no país”, diz Morgan Doyle, dirigente do BID no país.

APOIO

O Banco Interamericano de Desenvolvimento já apoiou 20% das emissões verdes e sustentáveis na América Latina e Caribe. As emissões da região, no entanto, representam apenas 2% do total mundial e é neste potencial que o Brasil deverá apostar nos próximos meses e anos.

O setor de energias limpas e renováveis, seguramente, é um dos alvos na elaboração dos projetos.

FUNDOS

Levantamento da norte-americana Morningstar indica que o número de novos fundos ESG deve bater recorde neste ano nos Estados Unidos, apesar da pandemia. Somente no primeiro semestre foram lançados 23 e a empresa também espera um imput no Brasil.

GUIA

O Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT), de São Paulo, lança oGuia Metodológico para Implementação de Infraestrutura Verde”, a fim de auxiliar os gestores públicos municipais na elaboração de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável.

GUIA 2

A publicação apresenta as ferramentas para auxiliar os gestores públicos a identificar e priorizar áreas para a implantação da infraestrutura verde.

“A gestão de um município exige, obrigatoriamente, pensar em sustentabilidade, redução e aproveitamento de resíduos e, principalmente, em equilíbrio entre elementos antrópicos e naturais”, explica a pesquisadora e coordenadora do projeto, Maria Lucia Solera.

IPO

A Hidrovias do Brasil comunicou ao mercado que fará oferta pública de ações e retoma procedimentos visando a listagem no Novo Mercado da B3.

A companhia aguarda o sinal verde da CVM e estuda o momento adequado para esta emissão.

ITR

O IRB-Brasil Resseguros anunciou a divulgação de resultados para o dia 28 de agosto e uma teleconferência no dia 31. O mercado espera, com interesse, os resultados do segundo trimestre desse ano da companhia.

JCP

Conforme deliberado em AGO, a SulAmérica dará início – a partir do dia 10 deste mês — ao pagamento do saldo do dividendo obrigatório relativo ao exercício social encerrado em 31.12.2019, no valor de R$131.084.669,47. Valor a ser pago é de R$0,112634684525650 por ação ordinária ou preferencial da companhia não representada por unit, e R$0,337904053576950 por cada unit.

Na mesma data também iniciará pagamento de JCP, no montante bruto de R$60.000.000,00, correspondente a R$0,0516508682801494 por ação ordinária ou preferencial da companhia não representada por unit, e R$0,1549526048404480 por unit.

LÍQUIDO

A Ambev anunciou o resultado do 2ºTRI, consolidado nos 18 países em que opera. A receita líquida consolidada reduziu 10,4%, ficando em R$ 11,6 bilhões, enquanto o volume de vendas registrou queda de 9,4%, chegando a 33,4 milhões de hectolitros, com queda de 1,0% na receita por hectolitro.

Quando comparado o 2º TRI de 2020 com igual período de 2019, a receita líquida mostra queda de 6,7% no 2º TRI deste ano, perfazendo R$ 5,8 bilhões. O volume total de vendas (cerveja + não alcoólicos) foi reduzido em 4,4% para 23,1 milhões de hectolitros, com queda de 2,5% na receita por hectolitro.

RELATO

A Duratex divulga o primeiro Relato Integrado (ano-base 2019), destacando a captura de 205 mil toneladas de carbono equivalente na atmosfera, em 2019; aquisição da Cecrisa e, também, da marca Portinari; conclusão de negociações com a Lenzing AG para a criação da LD Celulose; Receita Líquida de R$ 5 BI.

EUROPA

A Suzano comemora a integração do seu Eucafluff na lista de matérias-primas autorizadas para uso em produtos higiênicos descartáveis atestados pelo selo EU Ecolabel. Este selo europeu atesta a credibilidade de uso de um produto sustentável do início ao fim.  

A companhia aposta no fortalecimento de uma economia global de baixo carbono, a partir do uso de materiais de origem renovável, e tem como meta anunciada a remoção de 40 milhões de toneladas de carbono da atmosfera até 2030. 

CHALLENGE

A Iguá Saneamento e a 100 Open Startups lançam  o “Grand Challenge Saneamento – a água como serviço. A iniciativa visa estimular startups a apresentarem soluções para o desenvolvimento do setor. Com isto inicia-se a construção do “Ranking do Saneamento”. Ao longo de um ano, as startups que participarem do “Grand Challenge” serão acompanhadas e avaliadas para então comporem o ranking das melhores soluções para os problemas do saneamento básico brasileiro.

Dentre os desafios propostos no “Grand Challenge” figuram segurança hídrica, eficiência na produção e distribuição da água, coleta e tratamento de esgoto, cidades inteligentes, economia circular e o customer experience.

ADMIRAÇÃO

Marcelo Bacci, diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores, e Pablo Machado, diretor executivo de Relações e Gestão Legal da Suzano foram destaques, respectivamente, nas categorias Executivos Financeiros Mais Admirados e Executivos Jurídicos Mais Admirados. 

Trata-se de ranking realizado pelo Anuário Executivos Jurídicos e Financeiros e homenageia os principais executivos do país por suas ações à frente das equipes. Participaram das pesquisas 335 executivos jurídicos, 98 financeiros e 183 entre jurídicos e de compliance. Juntos, eles indicaram 830 nomes.

ARTIGO

(*) Por Sonia Araripe

A força do coletivo

Um sonho acalentado por muitos quando o assunto é Sustentabilidade e ESG é o de colocar – em prática – esforços comuns. Assim, o tripé conhecido de governos (nas três esferas), empresas e sociedade civil organizada, poderia ser, finalmente, concretizado.

Poucas experiências foram tão bem-sucedidas no Brasil quanto a recente união vista em torno de soluções para enfrentar o coronavírus. Com um “inimigo” em comum, estas partes envolvidas puderam praticar o modelo de parcerias. A tão sonhada força do coletivo, felizmente, aconteceu. Este foi o tema de capa da Edição 70 de nossa Plurale em revista.

De acordo com dados recentes da Associação Brasileira dos Captadores de Recursos, já chegamos a R$ 6 bilhões de doações em causas ligadas à Covid. Isso é realmente incrível e inédito! Conexões entre estes “atores” funcionaram muito bem. Equipamentos e materiais hospitalares foram doados para o setor público, cestas básicas e quentinhas chegaram para quem tinha fome e todo tipo de ajuda foi pensada para os mais vulneráveis. A “inteligência” e agilidade do setor privado fizeram diferença. A “guerra” contra o coronavírus – e suas mais perversas consequências na economia e nas vidas de milhões de brasileiros – foi encampada por todos.

A dúvida é – será que isso continuará? Será que o brasileiro incorporou, realmente, o gene da filantropia e da prática da sustentabilidade? Será que isso foi só uma ação emergencial ou fará realmente parte de nosso “novo normal”? Há várias notícias sobre dificuldades “na ponta”, no Terceiro Setor e pelos mais vulneráveis. Economistas com preocupação social – como Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas – alertam que dificilmente esta crise global – com fortes impactos no Brasil – será resolvida da noite para o dia. E os mais vulneráveis serão também os mais expostos às suas perversas consequências. Pesquisa indica que 49% dos lares brasileiros tiveram ao menos um habitante recebendo o auxílio-emergencial. Ou as empresas, governos e sociedade civil acordam para este drama ou poderá ser tarde demais.

(*) Sonia Araripe é Editora de Plurale

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